Jornal Estado de Minas

PT confunde público e privado, critica Aécio Neves

Senador criticou recentes escândalos de corrupção

AgĂȘncia Estado
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) avaliou nesta sexta-feira que as recentes denúncias de uso de transporte de empresas privadas por membros do governo federal e do Congresso são resultado do que ele chamou de uma distorção entre o público e o privado, criada pelo PT desde que a legenda governa o País. E defendeu que os antigos valores do convívio político sejam retomados em todos os partidos.
"Na verdade, o que nós percebemos ao longo dos últimos anos é que o PT institucionalizou uma prática em que o público e o privado se confundem sempre", criticou. "Eu acho que essa é a razão pela qual nós estamos assistindo hoje a essa sucessão de escândalos", acrescentou, antes de participar do seminário Políticas e Ações Relacionadas à Adoção, promovido pela FMU, na capital paulista.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), teria usado um avião particular de uma empresa privada de área de saúde para se deslocar para seu reduto eleitoral, no Rio Grande do Sul. Nos últimos dias, os ministros da Comunicação, Paulo Bernardo, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, também foram envolvidos em denúncias da mesma natureza envolvendo o uso de um avião de uma empreiteira durante a campanha eleitoral.

O senador mineiro defendeu que, mais do que uma faxina, é preciso que esses episódios sejam investigados. Ele considerou que as exonerações na máquina pública não são suficientes e que deve haver punições quando comprovadas as irregularidades. "É preciso que todas essas investigações tenham sequência. O simples afastamento do titular de uma pasta é muito pouco. É preciso que o exemplo seja dado e que a punição recaia sobre aqueles que efetivamente usarem de maneira indevida o dinheiro público."

Aécio disse ainda que a oposição no Congresso está agindo no limite do possível, uma vez que é hoje minoria tanto na Câmara quanto no Senado. Ele reafirmou que o PSDB irá acionar na próxima semana a Procuradoria Geral da República pedindo a investigação sobre a saída da ministra Gleisi Hoffmann da Itaipu em 2006. A petista, na época, teria feito um acordo para ser demitida em vez da exoneração a pedido.

O senador pediu ajuda da sociedade para que as recentes denúncias sejam de fato investigadas e cobrou que os órgãos responsáveis apurem as irregularidades e eventualmente punam com o rigor necessário.