Ciro atacou o alagoano ao se referir ao debate entre Collor e Luiz Inácio Lula da Silva em 1989, quando ambos eram candidatos à Presidência. Para ele, Lula deveria ter sido mais agressivo contra o adversário.
“Collor falou que Lula tinha um aparelho três em um e Lula ficou perplexo. Logo depois, Collor disse: ‘Você quis fazer um aborto em sua mulher’”, afirmou o ex-ministro, na época. “Lula devia ter partido para cima. Ter dito: ‘Deixa de ser picareta, seu playboy safado. Eu sou um miserável do interior, vim num pau-de-arara. Engravidei involuntariamente minha namorada, mas não tinha dinheiro nem para comer. Passou na minha cabeça esse negócio de aborto. Graças a Deus, ela não concordou. Minha filha está aí, estou criando. Agora, você é um playboy, cheirador de cocaína.’ Eu tinha mandado uma porrada nele (Collor) que ele tinha saído quase cego.”
Para o juiz Marcos Roberto de Souza Bernicchi, da 5.ª Vara Cível da capital, “não existe qualquer dúvida de que as expressões tenham sido proferidas com intenção clara de ofender o autor (da ação), mesmo porque escapam plenamente a qualquer campo do debate político e ingressam em seara pessoal que jamais deve ser exposta”.
A reportagem procurou Hélio Parente de Vasconcelos Filho, um dos advogados de Ciro, mas ele não respondeu aos recados deixados com sua secretária. A sentença ainda pode ser contestada em segunda instância.