Questionada sobre a ideologia do partido, Suede explica se tratar de “inserir a mulher na política partidária com mais respeito”. Entretanto, das assinaturas coletadas até agora, segundo cálcudos dela, mais de 90% são de homens. “O homem quando casa não muda de nome. Já a mulher muda o nome e não tem o hábito de trocar no cartório eleitoral o nome de solteira para casada”, justifica a presidente. Isso explicaria o fato de 70% das assinaturas de mulheres não terem sido validadas. As assinaturas não implicam filiação, mas sem elas a legenda não pode existir.
O Partido da Transformação Social (PTS) também não participará do pleito do ano que vem. O presidente da legenda, Ronaldo Gualberto, reclama da quantidade de assinaturas exigida, o que na visão dele é uma forma de manter o poder nas mãos das mesmas pessoas. Gualberto é diretor da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e presidente do Sindicato dos Comerciários de Contagem. Mas a grande maioria do partido, segundo ele, é oriunda do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR8), organização que empreendeu a luta armada contra o regime militar.
“Somos oriundos da esquerda, mas não somos doentes”, relativiza Gualberto. Ele explica que já coletou 200 mil assinaturas. Para definir melhor os rumos do partido, ele quer agregar intelectuais que estão desanimados e construir um programa de fato. “Não adianta pensar no Brasil somente para a Copa do Mundo”, critica o presidente do PTS. Gualberto também ataca a maioria dos partidos, que, na análise dele, são legendas de aluguel e “distantes das bases”.
O Partido Cristão (PC) conseguiu cerca de 300 mil assinaturas e, de acordo com o presidente, Ronaldo Moreno, não é possível saber se haverá tempo de cumprir todos os preceitos até o prazo. Moreno destaca que apesar de ser um partido cristão, a legenda defende o estado laico. “Não fazemos a defesa de nenhuma instituição religiosa”, ressalta. De acordo com Moreno, o PC vai exigir a ficha limpa antes de a pessoa se filiar. “Não temos nenhum malandro dentro do partido”, garantiu o presidente.
Verdes
Já o Partido Ecológico Nacional (PEN) acerta os últimos detalhes para pedir o registro a tempo das próximas eleições. De acordo com o presidente Adilson Barroso, o processo está em fase final e faltam apenas 30 mil assinaturas certificadas, já que as articulações começaram em 2007. A causa do PEN, de acordo com Barroso, é defender o crescimento sustentável. Ele destaca que é muito difícil montar um partido e entende que todos as legendas, até as que já são oficiais, deveriam passar pelo mesmo processo de criação, com a coleta de assinaturas. “Sobrariam só alguns”, avalia Barroso.
Outra legenda que também usa a defesa ecológica como mote, o Partido do Meio Ambiente (PMA) não participará das próximas eleições. “Temos 282 mil assinaturas e não vai dar tempo”, admite seu presidente, Jurandir Silvério. A ideologia principal é a defesa do meio ambiente, explica Silvério. Tem algo diferente dos outros? “Nada. Vamos trabalhar a política da maneira que ela deve ser trabalhada”, resume Silvério.
Salada partidária
OS PRETENDENTES
Partido Social Democrata (PSD)
Partido da Pátria Livre (PPL)
Partido Novo (PN)
Partido Ecológico Nacional (PEN)
Partido da Educação e Cidadania (PEC)
Partido Democrático dos Servidores Públicos (PDSP)
Partido Geral do Trabalho (PGT)
Partido Federalista (PF)
Partido Humanista do Brasil (PMH)
Partido Liberal Democrata (PLD)
Partido Cristão Nacional (PCN)
Partido da Transformação Social (PTS)
Partido do Meio Ambiente (PMA)
Partido Cristão (PC)
Partido Social (PS)
Partido dos Servidores Públicos e da Iniciativa Privada do Brasil (PSPB)
Partido Mulher Brasileira (PMB)
Partido da Justiça Social (PSJ)
Partido Republicano da Ordem Social (PRSB)
Partido Carismático Social (PCS)
OS ATUAIS
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) 1981
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) 1981
Partido Democrático Trabalhista (PDT) 1981
Partido dos Trabalhadores (PT) 1982
Democratas (DEM) 1986
Partido Comunista do Brasil (PCdoB) 1988
Partido Socialista Brasileiro (PSB) 1988
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) 1989
Partido Trabalhista Cristão (PTC) 1990
Partido Social Cristão (PSC) 1990
Partido da Mobilização Nacional (PMN ) 1990
Partido Republicano Progressista (PRP) 1991
Partido Popular Socialista (PPS) 1992
Partido Verde (PV) 1993
Partido Trabalhista do Brasil (PTB) 1994
Partido Progressista (PP) 1995
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) 1995
Partido Comunista Brasileiro (PCB) 1996
Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) 1995
Partido Humanista da Solidariedade (PHS) 1997
Partido Social Democrata Cristão (PSDC) 1997
Partido da Causa Operária (PCO) 1997
Partido Trabalhista Nacional (PTN) 1997
Partido Social Liberal (PSL) 1998
Partido da República (PR) 2006
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) 2005
Partido Republicano Brasileiro (PRB) 2005