Com base nas respostas que serão enviadas pelo ministério, o PPS diz que pretende provocar o Tribunal de Contas da União (TCU) para que entre no caso. "Esse é mais um exemplo claro de desperdício de dinheiro público por meio de contratos ilegais e viciados. Precisamos fechar urgentemente esses dutos por onde escorrem recursos rumo ao caixa 2 de partidos e contas de empresas de fachada. Sem falar no enriquecimento ilícito de políticos e funcionários corruptos", disse o líder do PPS.
A edição de O Estado de S. Paulo desta quarta-feira revela que o governo federal repassou R$ 6,2 milhões ao Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional e suas Entidades Estaduais de Administração e Ligas (Sindafebol). A entidade é presidida pelo ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi. O dinheiro foi repassado para a entidade fazer o cadastramento das torcidas organizadas dentro dos preparativos para a Copa.
Negócio milionário
O contrato foi assinado no dia 31 de dezembro de 2010 e todo o dinheiro liberado, de uma vez só, em 11 de abril deste ano. O projeto, porém, jamais andou. O negócio rápido e milionário teve um empurrão oficial de Alcino Reis, assessor especial de futebol do ministério e homem de confiança do ministro Orlando Silva (PC do B) - de quem é correligionário no PC do B.
Questionado pela reportagem, o presidente do Sindafebol admitiu que a entidade não tem estrutura para tocar o convênio. "Dissemos ao ministério que nunca tínhamos feito isso. O sindicato não tinha experiência, e se colocou à disposição do ministério", disse Contursi, ao justificar a paralisia do projeto. Os R$ 6,2 milhões recebidos, afirmou, estão parados numa conta bancária controlada por ele próprio.
O cartola admitiu que, diante das dificuldades do sindicato em cumprir as metas, a execução do contrato poderá ser "reavaliada" contrariando o discurso do governo de que tudo está dentro do planejado. O Ministério do Esporte alega que escolheu o Sindafebol, sem licitação, por ser mais "adequado" para tocar o projeto.