O encontro dessa quarta-feira entre as cúpulas nacionais do PSB e PSDB em Brasília teve dois efeitos completamente opostos no PT de Minas Gerais. A ala do partido que ainda acredita em candidatura própria avalia que a reunião serviu para deixar claro que o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), tem relação muito mais próxima com os tucanos, o que inviabilizaria a repetição em 2012 da aliança fechada em 2008 pelos três partidos. Já os petistas que querem manter a parceria com o prefeito analisaram o encontro apenas como uma nova rodada de negociações entre o PSB e o PSDB que, assim como o PT, participa do governo de Lacerda.
A reunião em Brasília aconteceu dois dias depois de o presidente estadual do PSB de Minas, Walfrido Mares Guia, que também esteve no encontro dessa quarta-feira, afirmar que não aceitaria interferência de outros partidos na montagem da aliança para a disputa das eleições do ano que vem em Belo Horizonte. Na avaliação dele, o candidato majoritário é do partido, o que daria à legenda o comando pleno das negociações.
Por outro lado, segundo o vice-prefeito da capital, Roberto Carvalho (PT), defensor do lançamento de candidatura própria na disputa do ano que vem, “o PSDB é o grande adversário do projeto político da presidente da República, Dilma Rousseff”. Conforme Carvalho, em Minas não é possível que o PT esteja lado a lado com o PSDB. “Faremos aliança em Belo Horizonte somente com os partidos que fazem parte do governo da presidente Dilma”, diz.
Na avaliação de integrantes do PSB e de petistas que não quiseram se identificar, o encontro dessa quarta-feira em Brasília foi uma tentativa de o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB) e o senador Aécio Neves (PSDB) marcarem posição depois de uma série de reuniões de Marcio Lacerda com petistas nas últimas duas semanas. Em 18 de agosto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva almoçou com o prefeito. Na segunda-feira, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, esteve na prefeitura para reunião com Lacerda. (Leonardo Augusto)