Jornal Estado de Minas

Marta fala no Senado sobre sua gestão como prefeita

AgĂȘncia Estado
Preterida no cargo de candidata à prefeita de São Paulo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já faz campanha para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) aparentemente não se conformou com a desfeita. Ela voltou hoje a usar a tribuna do plenário para divulgar o que fez e o que pretende fazer caso volte a ocupar a Prefeitura de São Paulo. A senadora disse que fica "louca da vida" ao constatar que os benefícios sociais que deixou como prefeita não evoluíram na gestão de seus antecessores José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD).
Marta disse que fez "o maior programa de distribuição de renda do município que até hoje se conhece". "Eram 20% das famílias da cidade de São Paulo e eu percebi que os lugares mais pobres, os bolsões de pobreza, onde nós tínhamos renda mínima, tivemos uma diminuição da violência e aquele bar que vendia só cachaça e cigarro passou a vender arroz e feijão", afirmou. Ela entende que sua iniciativa "deu um dinamismo à economia daqueles lugares mais pobres, gerou emprego, além de mais alimentação".

Marta iniciou a "campanha" no plenário no último dia 10, quando afirmou em discurso que sua proximidade à presidente Dilma Rousseff ajuda a Prefeitura a aumentar os programas sociais, sobretudo o que considera carente, de atendimento a idosos.

Nesse segundo discurso, a senadora começou elogiando o Programa Bolsa Família. Mas logo personalizou suas afirmações: "Eu fico louca da vida com o que ocorre em São Paulo, na minha cidade, porque estou vendo, senador Suplicy, depois de tantos esforços que fizemos na Prefeitura de São Paulo em fazer os cadastros...deixamos mais ou menos umas 120 mil famílias e hoje não existe uma família a mais". "Quer dizer, muito aquém do que poderia existir, se a cidade de São Paulo aderisse ao programa federal".

Seu ex-marido, o senador Eduardo Suplicy, dava os apartes elogiando o que ela deixou na Prefeitura. Para a senadora, é preciso abrir as benesses dos programas sociais a todos, sem exigir retorno dos beneficiados. "Nós temos, por exemplo, que evitar a fixação dos critérios de ingresso e de correção dos valores e de correção dos valores dos benefícios do Bolsa-Família", defendeu. Ela alega que, quando se propõe isso com base nos índices de mercado, "nós não conseguimos captar a evolução do custo de vida das famílias mais pobres".