Jornal Estado de Minas

PT nacional dá aval a aliança com PSDB

Resolução aprovada durante congresso nacional permite coligação entre petistas e partidos de oposição nos municípios

Alessandra Mello Alice Maciel
Agora é oficial. Resolução aprovada nesse domingo, em Brasília, durante o 4º Congresso Nacional do PT permite coligações com PSDB, DEM e PPS nas eleições do ano que vem, desde que não seja para a composição da chapa principal (prefeito e vice). A decisão abre caminho para que se repita na capital mineira a aliança de 2008 entre PSB, PT e PSDB que elegeu Marcio Lacerda (PSB) para a Prefeitura de Belo Horizonte e Roberto Carvalho (PT) para vice. Só que há três anos os tucanos participaram de maneira informal, pois naquela época o diretório nacional vetou qualquer tipo de composição oficial com o PSDB.
Petistas contrários à presença do PSDB na chapa para a PBH tentaram aprovar o veto total à participação dos partidos de oposição, mas foram derrotados. Tiveram apenas uma vitória ao conseguir passar a decisão final para os diretórios municipais. Com isso, uma possível coligação com os tucanos precisa ser aprovada pelo diretório de Belo Horizonte, comandado por Roberto Carvalho.

O vice-prefeito negou nesse domingo que o PT municipal vá fazer coligação com o PSDB. “Mesmo com a resolução, nós achamos que não faz sentido o PT se unir aos tucanos, que estão na oposição da presidente Dilma”, argumentou. “Vamos conversar com todos os partidos da base aliada. Nós queremos o PSB mas é ele quem vai decidir”, enfatizou. Roberto Carvalho seria o nome natural para repetir a chapa com Lacerda, mas enfrenta dificuldades em função da defesa que vem fazendo da candidatura própria.

O presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, tem opinião diferente de Carvalho. “Para resolver o problema de Belo Horizonte não podemos engessar o partido em todo o Brasil”, disse ele, que é um dos pré-candidatos a vice-prefeito, além dos deputados Miguel Correa (federal) e André Quintão (estadual).

Recuo na regulação da mídia

O Palácio do Planalto agiu para tentar amenizar a eventual repercussão da decisão do PT de incorporar definitivamente à sua agenda a luta pela regulação da mídia no país, bandeira que tem rendido à legenda acusações de defesa da censura. Minutos após o presidente do PT, Rui Falcão, anunciar que o encontro votaria uma resolução – uma diretriz política – com as propostas do partido para o setor, os cerca de 1.300 delegados aprovaram o mesmo texto, mas a título de moção – ou seja, apenas de manifestação de apoio.

O PT aprovou ainda uma alteração no estatuto que limita a quantidade sucessiva de mandatos. A partir de 2014, vereadores e deputados não poderão exercer mais de três mandatos consecutivos pela legenda. Senadores só poderão ser reeleitos uma vez.