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Estado de Minas

PT oferece cinco opções para ser vice na chapa de Marcio Lacerda

Cinco petistas brigam para ser candidato a vice na chapa encabeçada pelo atual prefeito. Campanha pela reeleição deve incluir PSDB na coligação formal, isolando PMDB


postado em 06/09/2011 06:00 / atualizado em 06/09/2011 07:33

Reginaldo Lopes, Virgílio Guimarães, Roberto Carvalho, Miguel Corrêa Jr e André Quintão são os pré-candidatos petistas a vice
Reginaldo Lopes, Virgílio Guimarães, Roberto Carvalho, Miguel Corrêa Jr e André Quintão são os pré-candidatos petistas a vice


A sinalização do PT nacional, oficializada pela resolução aprova no domingo durante o 4º Congresso Nacional do partido, de que não haverá restrições a uma aliança formal com o PSDB em Belo Horizonte, em torno da reeleição de Marcio Lacerda (PSB), acirrou a disputa entre os petistas pela vaga de vice-prefeito. Além de Roberto Carvalho, que hoje ocupa o cargo, e do presidente estadual da legenda, deputado federal Reginaldo Lopes, que formalizou a transferência de seu domicílio eleitoral para a capital, outros nomes potenciais estão colocados: o deputado federal Miguel Corrêa Júnior, o deputado estadual André Quintão e o ex-deputado federal Virgílio Guimarães, preferido de Lacerda. Em jogo, não apenas a composição da chapa, mas as possibilidades de ocupar por dois anos e oito meses a cadeira de prefeito – no caso de Lacerda ser bem-sucedido numa candidatura ao governo de Minas, em 2014 – e de ser o sucessor natural nas eleições de 2016 à PBH.

Diferentemente das negociações que se fecham entre as cúpulas do PSDB com Marcio Lacerda (PSB) e líderes do PT estadual, como Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que já selaram a reedição da aliança, o discurso de Roberto Carvalho é outro. A conturbada relação com o prefeito no exercício deste mandato abriu caminho para outros nomes do PT. A resolução aprovada no domingo deixou a última palavra sobre coligações com partidos que não fazem parte do arco de aliança que apoia o governo Dilma Rousseff para os diretórios municipais. Presidente do diretório de Belo Horizonte, Roberto Carvalho continua a considerar improvável a aliança entre petistas e tucanos. “Se em 2008 havia um sentimento nas bases do PT contrário à coligação, hoje é mais do que um sentimento, é uma rejeição completa”, sustentou. “O PSDB, o DEM e o PPS são os adversários nacionais do projeto político liderado por Dilma Rousseff”, lembrou Carvalho, insistindo que vai procurar discutir a sucessão preferencialmente com legendas aliadas ao governo federal, como o PMDB.

Só que entre os peemedebistas, o salve-se quem puder da corrida eleitoral vai longe. O presidente estadual, Antonio Andrade, já declarou em alto e bom som que a política de alianças será feita nos municípios de acordo com as conjunturas locais. Para bom entendedor: a base de sustentação de Dilma, em Brasília, não terá influência na configuração das coligações nos municípios, onde a política tem vida independentemente da realidade nacional. Em todas as cidades, o PMDB busca parceiros para vencer as disputas, não necessariamente para reforçar a base da presidente em Minas.

Em Belo Horizonte, o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB) já lançou a sua candidatura ao governo municipal: 2012 repetirá o embate de 2008, com a diferença de que desta vez o PCdoB, da deputada federal e ex-candidata à PBH Jô Moraes, em acordo nacional com o PSB, decidiu apoiar Lacerda. Em troca, socialistas respaldarão a candidatura da deputada federal Manuela D’ Ávila (PCdoB-RS) em Porto Alegre.

Apoio tende ser maior

Para o ano que vem, a dissidência no PT tende a ser menor. Lacerda deve ter o apoio do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias, que, em 2008, não se envolveu por discordar da forma como foi conduzida a costura da aliança entre Fernando Pimentel e o então governador Aécio Neves (PSDB). Do grupo de Patrus, o deputado estadual André Quintão surge como um possível nome para compor a chapa de Lacerda. Quintão tem peso político dentro do diretório municipal de Belo Horizonte, com apoio de aproximadamente um quinto do conjunto dos filiados. Ligado a Fernando Pimentel, surge o nome do deputado federal Miguel Corrêa Júnior como provável vice. Além de bom trânsito com Lacerda, Miguel Corrêa controla cerca de um quarto das filiações do PT municipal. Sem mandato e ainda sem cargo no governo federal, o ex-deputado federal Virgílio Guimarães, substituído pelo filho, Gabriel, na Câmara dos Deputados, também está empenhado em ser indicado para vice de Lacerda. Há ainda Reginaldo Lopes, que, embora não admita, tem o nome colocado.

“Defendo a aliança com Marcio Lacerda e, mesmo compreendendo que a participação do PSDB é contraditória, em BH trata-se de uma política de reparação de danos”, alegou Reginaldo Lopes, em referência ao fato de o PT não ter lançado candidatura própria em 2008 para apoiar Lacerda. “O PT deve concorrer apoiando Lacerda e compondo a chapa e se concentrar para retomar a PBH em 2016”, acrescentou. Sem admitir que seja candidato a vice, Reginaldo Lopes defende a manutenção de Roberto Carvalho na chapa de Lacerda. “Vai ser uma guerra a escolha de outro vice. É melhor deixar o Roberto Carvalho, que já está lá”, afirma o presidente estadual do PT. De certa forma Reginaldo Lopes tem razão. Entre petistas é sabido que será mais fácil aprovar na legenda a coligação com os tucanos do que firmar consenso em torno de um outro nome para vice.

Miguel Corrêa Júnior avalia que não será fácil a definição. “Vários fatores vão pesar na escolha do vice: entre eles, o prefeito, as lideranças do PT envolvidas no processo, como Pimentel, e do PSDB, como Aécio Neves.” Segundo ele, o processo não poderá queimar etapas. “Em dezembro vamos abrir a discussão para aprovar o Marcio Lacerda como o nosso candidato tendo o PT como vice”, disse. “Só a partir daí abriremos a discussão sobre quem será o vice”, afirma.


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