Se insistia em candidatura própria para a sucessão à Prefeitura de Belo Horizonte no ano que vem, o PSDB municipal já admite a possibilidade de seguir alinhado ao prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ontem, a única esfera da legenda, a municipal, que ainda defende um nome próprio à administração da capital recebeu o “convite” para compor chapa com o PSB, e por tabela provavelmente com o PT, e já considera “levar em conta a mensagem do senador Aécio Neves (PSDB)”. Sem data marcada para a decisão, representantes do diretório municipal dos tucanos disseram que vão levar a proposta para a base da legenda. Fórum: Você é a favor da reedição da aliança entre PT e PSDB em BH?

O convite do PSB foi repassado pelo presidente da legenda em Minas, deputado federal Marcus Pestana, em almoço ontem com vereadores, lideranças municipais e o presidente do PSDB em BH, deputado estadual João Leite. Na semana passada, Pestana, Aécio, o governador Antonio Anastasia (PSDB), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o presidente estadual do PSB, Walfrido Mares Guia, se encontraram em café da manhã na casa da deputada federal Ana Arraes (PSB), em Brasília. Na reunião, houve o convite para que os tucanos integrassem formalmente a chapa para Prefeitura de BH.

Destacando a “amizade” entre Aécio e Campos, Pestana disse que a decisão vai partir do diretório municipal do partido. Em caso de aliança com PSB e PT, que obteve sinalização favorável do diretório nacional petistas para continuar na chapa de Lacerda, o deputado federal admtiu que os tucanos abririam mão do cargo de vice-prefeito. “É um cargo mais simbólico do que efetivo. Temos mais preocupação com as secretarias”, comentou, citando as cadeiras ocupadas atualmente pelos tucanos na prefeitura, como a Secretaria de Saúde, com Marcelo Teixeira. “Queremos consolidar nossa presença na PBH.”

Apesar de destacar a vontade da base municipal de ter candidatura própria, João Leite afirmou que a legenda discutirá a possibilidade de aliança com o PSB. “Se hoje estamos parados aqui (sem decidir pela coligação ou não), é por causa da mensagem do senador Aécio. Hoje, o Pestana nos falou sobre a aliança histórica com o PSB e a possibilidade do Aécio e do Eduardo Campos (de formarem chapa para Presidência em 2014), vamos levar tudo isso em conta”, disse. O deputado espera uma resistência da base que estaria com o “cheiro de uma vitória no ar” depois da eleição de Anastasia para o governo de Minas.

A aliança com o PSB para as eleições municipais seria um dos primeiros passos para a consolidação de uma futura chapa entre Aécio e Campos para a Presidência da República.