Um dos maiores partidos do país, dono da segunda maior bancada na Câmara dos Deputados, com 78 parlamentares, está completamente isolado na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. As articulações que tendem a unir PT, PSDB e PSB em torno da reeleição de Marcio Lacerda (PSB) no ano que vem colocaram o PMDB sozinho do outro lado da cerca.O pré-candidato do partido na disputa de 2012, deputado federal Leonardo Quintão (que foi adversário de Lacerda em 2008), no entanto, aposta no esfacelamento das relações entre os três partidos adversários, o que abriria a possibilidade de novas composições para a legenda. “Pode ficar tirando foto o quanto quiser. Nada está decidido”, diz o parlamentar, se referindo à reunião das cúpulas estaduais e nacionais do PSDB e do PSB com Lacerda na semana passada em Brasília.

Fórum: Você é a favor da reedição da aliança entre PT e PSDB em BH?

Quintão também manda recado ao PT, que tem o PMDB como principal aliado no governo federal. “A forma que formos tratados agora poderá brecar negociações em 2014 (ano das eleições para os governos estaduais). Não adianta querer ter tudo, porque acaba atrapalhando lá na frente”, avisa o parlamentar.

Oposição

O presidente estadual do PMDB, deputado federal Antonio Andrade, também não descarta a possibilidade de aliança com partidos que hoje orbitam mais uma candidatura de Lacerda. “A única coisa que não faremos é coligação com o prefeito”, pontua. Conforme o parlamentar, o partido seguirá como oposição ao integrante do PSB.

Na Câmara dos Vereadores, no entanto, dos quatro parlamentares do partido, apenas um, Iran Barbosa, atua invariavelmente no lado oposto ao da base governista. “Se um vereador ou deputado joga confete no prefeito não quer dizer que é essa a posição do partido”, alegou Andrade.

Leonardo Quintão foi o único parlamentar a participar da comitiva da presidente Dilma Rousseff a Jeceaba, no Campo das Vertentes, na quinta-feira, para inauguração de fábrica do setor de siderurgia. Marcio Lacerda também acompanhou a presidente. Quintão negou ter havido qualquer conversa sobre eleições municipais com a presidente durante a viagem.