Em apenas três dias, no entanto, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), que aparece em uma gravação de 2006 recebendo dinheiro do delator de propina, Durval Barbosa, o superou. Foi entre 30 de agosto e 1º de setembro, exatamente o período em que foi julgada e absolvida pelo plenário da Câmara, quando a Ouvidoria recebeu mais de 300 manifestações. Antes, foram 121 pedindo a cassação da parlamentar e três contrárias à punição. “Os deputados soltaram uma bandida e agora não querem aprovar a PEC 300 (do piso nacional dos militares), isso é uma vergonha”, dizia uma delas.
A PEC dos Militares, aliás, está entre os projetos em tramitação, está entre os assuntos de maior interesse, com 257 mensagens. Já a votação que deu 61% de aumento, passando o subsídio dos deputados para R$ 26,7 mil – valor equiparado ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal –, foi uma das que mais geraram críticas negativas. O Código Florestal foi outro tema de interesse, assim como reforma política, fim do fator previdenciário e a ampliação da licença-gestante para 180 dias.
Para o ouvidor da Casa, deputado federal Miguel Corrêa Júnior (PT-MG), a participação popular ainda é tímida e direcionada. Ou seja, cada tema é abordado por um setor da sociedade, reflexo da influência que os projetos terão sobre eles. “Estamos tentando ampliar essa mobilização com outros canais”, afirmou.
Chegada A BH
Segundo o deputado, a Ouvidoria está se reunindo nas capitais dos estados – já foram cinco e, em novembro, a caravana chega a Belo Horizonte – para ouvir representantes dos segmentos sociais. “Levamos os relatores das propostas e convidamos membros da sociedade civil como universitários, representantes das igrejas, movimentos sociais e temos tido de 300 a 400 intervenções em cada evento”, disse. Conforme o parlamentar, o objetivo é ampliar a influência das sugestões para o plenário e reuniões de comissões, usando para isso as mídias sociais.