Jornal Estado de Minas

Eleições 2012

PT e PSDB devem repetir aliança em municípios brasileiros

Duas em cada três cidades onde petistas e tucanos dividem o comando da prefeitura devem continuar juntos nas eleições do ano que vem, sem sofrer influência da polarização nacional

Bertha Maakaroun - enviada especial
Em dois terços das 55 cidades brasileiras em que petistas e tucanos dividem o comando da prefeitura como prefeitos e vices-prefeitos – e vice-versa –, a aliança será reeditada nas eleições do ano que vem. Além de serem municípios com menos de 150 mil eleitores – que não são atingidos pela resolução do 4º Congresso Nacional do PT, segundo a qual o partido não poderá ter candidatos a prefeito ou vice em chapas em que participam candidatos do PSDB, do DEM e do PPS –, no geral, tucanos e petistas governam sem as refregas que embalam a polarização nacional.

Fórum: Você é a favor da aliança entre PT e PSDB pela reeleição do prefeito de Belo Horizonte?
Assim é em, entre dezenas de outras, em Ubá, Leme do Prado, São Félix de Minas, Belo Oriente, Bocaiuva e Mendes Pimentel – todas cidades mineiras –, além de Castelo, no Espírito Santo, Pombal, na Paraíba, e Candiota e Sapiranga, ambas no Rio Grande do Sul. Pesquisa por amostra realizada pelo Estado de Minas no Brasil com prefeitos de 15 municípios que elegeram em 2008 as chapas híbridas demonstra que duas em cada três cidades querem repetir as alianças consideradas “polêmicas”, sob a perspectiva da política nacional. Em alguns casos, como em Itamonte e em Recreio, no Sul de Minas e Zona da Mata, respectivamente, os prefeitos, já em seu segundo mandato consecutivo, apoiarão a chapa encabeçada pelos seus vice-prefeitos, de modo a permitir que os partidos se revezem no poder.

Embora minoritários, há também casos em que o contexto nacional alterou a dinâmica da política local. Depois de sete anos de casamento, a ruptura entre o prefeito petista de Camaçari (BA), Luiz Carlos Caetano, e a vice tucana Tereza Giffoni Vieira se arrasta desde as eleições do ano passado. O rompimento segue a lógica da polarização na política baiana, em substituição ao velho carlismo, combatido por petistas e tucanos que dividiam o barco dos não-carlistas.