Está em jogo, além de verbas que sustentam obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), parte dos recursos reservados para abater dívidas - que formam o chamado superávit primário, meta cujo cumprimento revela o sucesso ou o fracasso da política fiscal.
O primeiro desafio do governo é o prazo: são apenas quatro meses para votar a proposta, em dois turnos em cada Casa, antes que o Orçamento volte a ficar mais “engessado”. O segundo é a imprevisibilidade da base aliada. “O Brasil não tem oposição, mas também não se pode dizer que tenha situação”, ironizou o cientista político Carlos Melo, do Instituto de Ensino e Pesquisa. “O governo tem uma base tão complicada que é impossível saber o quanto ela será fiel daqui a um mês.” Para Melo, setores que exigem cargos e liberação de verbas terão nessas votações um trunfo para forçar o governo a ceder. “As pressões vão aumentar muito.”
O mecanismo que Dilma pretende prorrogar é uma espécie de “bolo” formado por cerca de 20% das receitas federais, cujos recursos não estão vinculados a determinadas despesas. Ou seja, o governo pode utilizar esse montante conforme suas necessidades ou prioridades. No Orçamento do próximo ano, esse bolo deve somar R$ 60 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.