O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou hoje que o projeto que cria a Comissão Nacional da Verdade, em discussão no Congresso, tem grande chance de ser aprovado respeitando-se o texto original apresentado pelo governo, ou seja, com a previsão de nomeação de sete membros pela Presidência da República, e não de nove, com a indicação de dois deles pelo Congresso. "Sinto hoje que há uma acomodação nos termos do projeto original. Se isso acontecer, a indicação será da presidente da República", disse o ministro, após participar da abertura de congresso sobre segurança pública para a Copa e a Olimpíada, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O ministro acredita que as discussões sobre a instalação da Comissão da Verdade já estão amadurecidas o suficiente para serem chanceladas pelos parlamentares. "A meu ver, o projeto está bem maduro para ser aprovado", afirmou.
Cardozo ressaltou que o governo tem pressa na aprovação do projeto - a comissão vai tentar esclarecer denúncias de torturas mortes e desaparecimentos no período da ditadura militar, mas não terá caráter judicial ou punitivo. "O País espera a aprovação do projeto e isso viria em boa hora. Se puder aprovar até o dia 21, ótimo", disse o ministro, em referência à data em que a presidente Dilma Rousseff vai discursar na abertura da assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA)
Cardozo participará amanhã, em Brasília, de reunião com líderes do Congresso e com ex-titulares da pasta de Direitos Humanos para discutir a aprovação do projeto. "Gostaríamos que fosse aprovado o mais rápido possível, mas aí vai uma dimensão de respeito ao Congresso Nacional e ao seu ritmo", afirmou.