Em janeiro, quando Novais licenciou-se do mandato para assumir o Ministério, Dora foi demitida. Em nota divulgada pela assessoria o ministro afirmou que Dora era lotada no seu gabinete do deputado até dezembro de 2010 como secretária parlamentar, mas negou o desvio de função. Seu trabalho era dar "apoio administrativo ao deputado e aos outros funcionários", afirmou. Desde maio, acrescenta a nota, ela "é funcionária de empresa terceirizada que presta serviços ao Ministério do Turismo".
Contrato
Desempregada e em dificuldades, Dora, ainda segundo a assessoria distribuiu o currículo em várias empresas terceirizadas e foi contratada pela Visão quando surgiu a oportunidade. O dono da empresa, José Raimundo Oliveira Silva, negou ter sofrido pressão para contratá-la. "Não houve interferência direta ou indireta do ministro", afirmou.
Especializada em selecionar mão de obra terceirizada, a Visão tem contrato com o Turismo desde 2009, quando Novais não era ministro, segundo explicou. Pelo contrato, obtido em licitação por pregão presencial, a empresa fornece mais de 40 empregados ao Ministério, entre recepcionistas, copeiros, garçons e contínuos.
A ficha funcional de Doralice, à qual a reportagem teve acesso, mostra que ela cumpre jornada de seis horas corridas - das 7h30 às 13h30 - por um salário de R$ 956 mensais, mais Ticket refeição e vale transporte. O encarregado geral da empresa, Jean Pierre Vieira Mendes, assegura que ela é funcionária exemplar e até agora não faltou um dia ao serviço. Hoje, porém, ela pediu dispensa alegando ter ficado abalada com a denúncia. Ela negou que tenha recebido dinheiro público para trabalhar como doméstica do deputado.