Por seis votos a zero, os desembargadores votaram pelo recebimento da denúncia contra Deborah Guerner e Leonardo Bandarra, em sessão na tarde desta quinta-feira, do Tribunal Regional da 1ª Região (TRF-1). Apenas os advogados acompanharam a sessão, que julgou a denúncia contra os promotores. Eles são acusados de crime de violação de sigilo profissional, concussão e formação de quadrilha. Além deles, Cláudia Marques e Jorge Guerner também respondem pelas duas últimas acusações.
Pouco depois, o desembargador Néviton leu o depoimento da servidora Cláudia Marques, que de testemunha, passou a figurar como colaboradora no processo. Ela teria feito a aproximação de Durval a Deborah Guerner e Leonardo Bandarra. Por conta do depoimento de Cláudia, "e só por isso", disse Néviton, que é possível ligar Bandarra ao episódio da violação de sigilo. Depois de desquelificar o depoimento de Durval e ver indícios nos de Cláudia, o desembargador acabou aceitando a denúncia contra o quarteto.
Os desembargadores Tourinho Neto, Catão Alves e Daniel Paes também votaram pelo recebimento da denúncia. Treze juízes participaram da sessão. Os outros votos são da relatora, a desembargadora Mônica Sifuentes, e do desembargador Tolentino Amaral, que já haviam votado na última sessão, em agosto.
Acusações
Deborah e Bandarra são acusados de repassar a Durval Barbosa informações sobre a Operação Megabyte, prevenindo assim o então secretário de Relações Institucionais sobre a ação da Polícia Federal em sua residência. Além disso, os promotores teriam exigido R$ 1 milhão de Durval em favor do serviço.
No dia 21 de julho, o TRF-1 recebeu denúncia contra ambos por extorsão contra o ex-governador José Roberto Arruda. Na ocasião, Cláudia Marques, Durval Barbosa e Marcelo Carvalho também foram denunciados.