Em encontro patrocinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, PDT, PSB e PCdoB chegaram a alguns consensos sobre a proposta de reforma política em tramitação na Câmara dos Deputados. Entre os pontos que serão defendidos pelas bancadas no Congresso estão o voto proporcional em 2014 e o financiamento público de campanha. "Houve muitos consensos entre nós, o principal deles é o financiamento público exclusivo de campanha, que é a melhor maneira de combater a corrupção", disse o deputado estadual Rui Falcão (SP), presidente nacional do PT. As propostas defendidas hoje farão parte do relatório do deputado federal Henrique Fontana (RS).
Os quatro partidos defenderão também o fim das coligações em 2016 e o aumento da participação popular, reduzindo a exigência de coleta de assinaturas de 1 milhão para 500 mil. Os projetos de iniciativa da sociedade passariam a ser votados com mais rapidez. "Ou terá o rito de urgência ou o rito das Medidas Provisórias (MPs)", explicou Falcão.
Embora tenham unificado o discurso em pontos cruciais da reforma PT e PCdoB insistem em criar um sistema de voto proporcional misto, o que seria o voto no candidato de livre escolha do eleitor e outro voto no partido (com formação de lista a ser definida em eleição interna no partido). "Temos um acordo até o proporcional, isso quer dizer não ao distritão, mas quando vai para o proporcional misto a gente tem um debate", revelou Campos.
"Cancro"
O discurso de combate à corrupção dominou as discussões entre os líderes. "O financiamento público de campanha garante governos com maior solidez e autonomia, é uma arma muito poderosa para combater a corrupção", disse o relator do projeto, deputado Henrique Fontana.
O petista apresentou aos líderes um levantamento sobre os últimos balanços de campanhas eleitorais, onde demonstrou que o financiamento privado torna as campanhas cada vez mais caras. Segundo o deputado, as campanhas chegaram a aumentar em 120% de uma eleição para outra. Para o deputado petista, que considera o financiamento privado o verdadeiro "cancro" do sistema político, as campanhas eleitorais hoje são mais competições financeiras que disputas democráticas.