Em depoimento ao MP, Ivete afirma ter sido procurada em sua casa em outubro de 2010 por dois homens que se identificaram como Ricardo, que seria genro de Mauro, apontado como diretor clínico da Policlínica Salinense, e Oró. Conforme o MP, Oró seria Orozino Marques Carvalho, que atuava como “empresário” no esquema.
Em 31 de dezembro de 2010, Oró retornou à casa de Ivete. Afirmou que precisava encerrar o sorteio e prometeu à mulher R$ 10 mil se assinasse um documento. A resposta da tia de João foi que não precisava de dinheiro. Oró foi embora com a promessa de que retornaria em fevereiro, o que não aconteceu.
No depoimento, Ivete afirma ter ficado surpresa ao tomar conhecimento de uma certidão emitida pelo cartório de registro de imóveis, assinado pelo oficial substituto, Daniel Fernandes de Oliveira em 17 de março de 2011, que torna pública a transferência de imóvel pertencente ao Estado de Minas Gerais a favor do sobrinho. O documento diria ainda que João Batista teria vendido a propriedade para Luciana Rocha Mendes por R$ 36.862,32. Ivete nega qualquer ter havido qualquer negociação entre João Batista e a mulher citada no documento emitido pelo cartório.
Entenda o caso
» Grileiros expulsam posseiros das terras devolutas e, com a ajuda de funcionária de um cartório no município de Indaiabira, no Norte de Minas, registram os terrenos em nome de laranjas.
» Com a participação de funcionários do Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais (Iter-MG), eles conseguem documentos irregulares para garantir a posse dos territórios roubados.
» Em seguida, os terrenos são revendidos para intermediários, que negociam as terras com mineradoras.
» Em uma dessas ações, o terreno chegou a ser vendido por R$ 41 milhões.