O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou nesta segunda-feira em Paris que seu ministério não tem "apenas 10", mas muitos mais militantes de seu partido, o PDT, nomeados como funcionários em cargos de confiança. A denúncia sobre o aparelhamento do ministério foi feita pelo jornal O Estado de S. Paulo no domingo. A reportagem mostrou que o ministro se cercou de membros da cúpula do PDT para compor a direção de sua pasta e que usa brechas da lei para turbinar centrais sindicais com convênios.
Segundo Lupi, sua gestão sofre uma tentativa de "criminalização da política". Ninguém pode ser criminalizado por ser filiado a um partido político", argumentou. "A ditadura é que era contra os partidos." Indagado sobre se as nomeações não configuravam o aparelhamento do ministério, ele respondeu dizendo-se igual a outros ministérios e governos. "Como é com os ministérios do PMDB? Como é com as secretarias do governo do PSDB em São Paulo? Claro que é igual. É igual na Europa, em qualquer parte do mundo."
O ministro disse ainda não conhecer o conteúdo da reportagem do Estadão sobre os repasses de R$ 11 milhões às centrais sindicais - mesmo as impedidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de receber os recursos - e considerou a discussão sobre os repasses aos sindicatos como "pequena". "Antes os convênios eram feitos pelo Estado de São Paulo. Como acabou o convênio, agora fazemos direto", justificou. "É uma discussão tão pequena, mas tão pequena... O que eu quero saber é dos resultados do ministério."