O colégio de líderes da Assembleia Legislativa decidiu, em reunião extraordinária, apoiar a investigação, no Conselho de Ética, da acusação de venda de emendas parlamentares. A denúncia foi feita pelo deputado Roque Barbiere (PTB), segundo quem "de 25% a 30%" dos deputados estaduais "vivem e enriquecem" vendendo emendas.
Todos os líderes de partido deliberaram pelo apoio à representação protocolada na sexta-feira pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL), que pede que o conselho investigue o caso. Com isso, a Mesa Diretora da Assembleia optou por não entrar com outra representação, como pretendia na semana passada.
Barbiere - que na sexta-feira afirmou à TV TEM, afiliada da Rede Globo no interior de São Paulo, que tem provas e poderá apresentar até três nomes de deputados que estariam vendendo emendas - deverá ser efetivamente convocado para depor no Legislativo paulista.
Segundo ele, as denúncias seriam investigadas mesmo que o PSOL não houvesse protocolado o requerimento, em virtude “da publicidade que foi dada ao assunto”. O presidente da Assembleia afirmou ainda que a investigação do Conselho de Ética deve durar entre 30 e 60 dias. “É difícil precisar, isso vai caber ao conselho. Mas acredito que em 30, 60 dias no máximo, isso esteja resolvido”.
Para Giannazi, o clima entre todos os partidos é pela investigação. De acordo com ele, as acusações de Barbieri puseram a Casa toda sob suspeição. “A denúncia do deputado Barbiere põe em xeque a lisura de todos os parlamentares. Todos os líderes querem algum tipo de resposta”, disse o líder do PSOL.
Hoje, o presidente do Conselho de Ética, Hélio Nishimoto (PSDB), assina um requerimento convocando os membros do órgão - que, por não ser permanente, precisa ser chamado. O documento deverá ser publicada amanhã no Diário Oficial e o conselho deve se reunir na quinta-feira. O líder do PT, Ênio Tatto, afirmou que instruiria o vice-presidente do órgão, Marco Aurélio de Souza (PT), a fazer o requerimento caso Nishimoto não o faça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.