"É para mim uma grande honra recebê-lo, e ainda maior porque sou o primeiro latino-americano", declarou Lula, de 65 anos, meses depois de ter deixado a Presidência com uma popularidade histórica de 80%.
Após citar alguns dos números-chave de seus dois mandatos (2003-2011), como as 28 milhões de pessoas que saíram da miséria, as 30 milhões de pessoas que entraram na classe média, os 16 milhões de novos empregos ou o aumento do salário mínimo em 62%, o ex-presidente destacou uma gestão que "começou a tratar os pobres como verdadeiros cidadãos".
Metalúrgico e líder sindical sem título universitário, que concorreu três vezes à Presidência antes de ser eleito, Lula declarou-se "orgulhoso de ter criado 14 universidades, 126 campi universitários e 214 escolas técnicas."
"Pertenço a uma geração que acreditou muito que era possível", afirmou Lula antes de confessar que talvez tenha sido por "orgulho de classe" que quis "demonstrar que um metalúrgico sem diploma universitário podia fazer mais do que a elite política do Brasil".
Diante de cerca de 20 doutores em Ciência Política sentados nas primeiras filas, o ex-presidente reivindicou a política como "impulsionadora de mudanças" e, se dirigindo aos jovens, a reivindicou como ferramenta de "participação" na democracia.