Apesar de se dizer "indignado", Calandra informou que a entidade não vai processar, nem interpelar judicialmente a ministra que, a seu ver cometeu apenas "um destempero verbal", típico de juízes que se acham cobertos de razão. "Ela pôs aquela pimenta baiana para acender o debate em torno do tema", afirmou. "Acreditamos que foi excesso de destempero, um equívoco", minimizou. Ele vai entregar amanhã a Eliana uma carta pedindo que se retrate ou que aponte os ladrões e bandidos que diz ter na categoria.
"Se há ladrões no nosso meio, eu quero saber também", desafiou ele, insinuando que Eliana comete prevaricação se não der os nomes dos criminosos. "Ela estaria cometendo delito se soubesse e não indicasse onde eles (os bandidos) estão, quem são, quais os fatos criminosos a eles imputados e as provas", desafiou.
Ele distribuiu nota repudiando as declarações da ministra, assinada por dirigentes de diversas entidades de classe, inclusive o Colégio dos Presidentes de Tribunais de Justiça. Até um aliado de Eliana, o presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho, Renato Henry Sant'Anna, que apoia os poderes do CNJ na punição de juízes, divulgou nota censurando as declarações. "Repudio as declarações, que não acrescentam nada de positivo e, ao contrário, expõem o Conselho", afirmou.
Quanto à afirmação de que o Tribunal de Justiça de São Paulo é uma caixa preta que não permite fiscalização da corregedoria, Calandra foi incisivo: "É outra lenda, o tribunal (de justiça de São Paulo) teve problemas no passado, mas está de portas abertas para receber a corregedora e qualquer missão de fiscalização", garantiu.