“É um projeto nacional que será divulgado em todos os estados, para termos cada vez mais publicidade para esse instrumento. Queremos que a sociedade consiga aprofundar a fiscalização sobre os homens públicos, já que é preciso que eles estejam cientes que eles detêm apenas a posse do cargo e devem fazer o uso honrado, sem estender aos interesses privados”, explicou Ophir. O presidente afirmou que apesar de a ordem não poder apurar ou punir as denúncias de corrupção o site vai servir como opção para intermediar a voz da sociedade com os órgãos responsáveis pela fiscalização.
Para Luís Cláudio Chaves, os resultados obtidos com a participação dos mineiros serão indícios fortes de como a nova ferramenta vai funcionar no país e espera que o meio direto via internet facilite as denúncias. “Com tantos municípios, com máquina administrativa tão grande, Minas é um estado emblemático para esse projeto. Poderá representar o sucesso ou fracasso dessas ações em cenário nacional.”
Desde que o site foi lançado em Brasília, em 24 de agosto, foram registradas várias denúncias no Observatório da Corrupção da OAB e outros processos que estavam paralisados retornaram à pauta dos tribunais depois das cobranças feitas pela entidade. “Temos cerca de 100 registros em um mês de funcionamento. Em Pernambuco, por exemplo, tínhamos uma denúncia de improbidade administrativa engavetada que voltou a tramitar imediatamente depois do pedido feito pela OAB”, lembra Ophir. Ele cobrou também mais investimentos na estrutura do Poder Judiciário e alertou que, para combater a impunidade, será preciso que a Justiça consiga julgar e punir os denunciados. “O grande problema da Justiça brasileira é a estrutura. Ainda temos estrutura do século passado para um momento em que está se vivendo o processo eletrônico e digital”, alertou.