Jornal Estado de Minas

PSD nasce com 11 deputados em Minas

Nova legenda terá sete parlamentares na Assembleia e quatro na bancada mineira da Câmara. Prazo apertado para quem vai se candidatar em 2012 desanimou vereadores

Bertha Maakaroun - enviada especial

Roberto Brant (E), vice-presidente estadual do PSD: "Quem pretende ser candidato a prefeito ou a vereador já se preparou no interior" - Foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A.PRESS - 23/11/07

O PSD nasce potencialmente como a quarta maior bancada da Assembleia Legislativa de Minas Gerai– com sete deputados estaduais – atrás apenas do PSDB, do PT e do PMDB, que têm, nessa ordem, 12, 11 e oito cadeiras. Estão confirmados para a nova legenda os três deputados eleitos pelo PSL (Hélio Gomes, dr. Wilson Batista e Fábio Cherem), os dois do PRTB (Cássio Soares e Fabiano Tolentino), além de Neider Moreira, do PPS e Gustavo Valadares, do DEM. Na Câmara dos Deputados, a nova legenda terá, de imediato, quatro parlamentares na bancada mineira.

Se no âmbito do legislativo estadual o principal motivo para a migração é a insatisfação com ospartidos, na Câmara dos Deputados, dois dos quatro parlamentares da bancada federal mineira que formam fileiras ao lado do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, estão desconfortáveis com o que chamam de “oposição intransigente” de suas legendas ao governo federal. É o caso de Geraldo Thadeu (PPS) e Alexandre Silveira, este, atualmente licenciado da Câmara para exercer o cargo de secretário de Estado de Gestão Metropolitana.


Já o deputado federal Walter Tosta deixa o PMN, ao lado de outros expoentes nacionais da legenda, como o governador do Amazonas, Omar Oziz, em busca de mais visibilidade política no PSD.


Ligado ao grupo de Jorge Bornhausen, o deputado federal Marcos Montes, do DEM, estava também insatisfeito com a condução de seu partido no estado. Montes não poupou críticas ao secretário de estado de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles (DEM), quando este transferiu a presidência da legenda em Minas ao deputado federal João Bittar, sem consultar a bancada.


O prazo para que os políticos com mandato popular troquem de partido, beneficiando-se da brecha legal para não perder o mandato, é de 30 dias a contar da data de obtenção do registro definitivo, o que ocorreu na terça-feira.

Para deputados estaduais e federais que não são candidatos no ano que vem, a mudança de partido neste momento não representa risco eleitoral que decorre do curto prazo para a formação das chapas proporcionais. Para os vereadores, contudo, o cálculo eleitoral é diferente. Todas as novas filiações de potenciais candidatos para o ano que vem deverão ser feitas até 7 de outubro, um ano antes das eleições.


Para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, por exemplo, as chapas têm 62 candidatos, 30% dos quais são mulheres. O PSD sai atrasado em Belo Horizonte em busca de nomes que contribuam para que o partido conquiste cadeiras. Por isso, nenhum vereador de Belo Horizonte havia, até essa quarta-feira, se aventurado à mudança. Alguns foram sondados, mas não demonstraram disposição de fazer a aposta.


No interior de Minas, entretanto, a realidade do PSD é outra. Os deputados federais e estaduais que haviam se definido pela migração há mais tempo, estão, desde o início do ano, preparando as suas bases para acompanhá-los. Além disso, ao percorrer o estado, identificaram líderes com potencial de voto, mas sem “lugar” na configuração das forças partidárias nas localidades. “Quem pretende ser candidato a prefeito ou a vereador já se preparou no interior”, disse nessa quarta-feira Roberto Brant, vice-presidente nacional do PSD.


Até essa quarta-feira, entretanto, o partido ainda não tinha um balanço definitivo das adesões no interior de Minas. Em 600 cidades mineiras foram constituídas comissões provisórias e algumas definitivas, segundo informou o deputado estadual Fábio Cherem. Os novos deputados federais e estaduais do PSD participaram no final da tarde de uma reunião fechada, em que procuraram se organizar e distribuir tarefas para arregimentar filiações para as chapas proporcionais, principalmente nas cidades pólo.