Os políticos na Bulgária não escondem que seu objetivo é o de atrair investimentos brasileiros para a região, mergulhada na depressão econômica. O governo brasileiro não vê problemas em ser visto como esperança para o país, mas não pretende deixar que ela seja Dilma usada. "Será uma visita de Estado e estamos tentando manter o programa o mais institucional possível", comentou uma fonte do governo. O Planalto chegou a pensar em adiar a viagem para 2012, quando a eleição já terá passado, mas a agenda foi mantida.
Ainda assim, Dilma desembarca em meio a um caos social e político, com 18 candidatos à presidência. O partido de direita, tido como favorito, tem como candidato Rosen Plevneliev, apoiado pelo atual primeiro-ministro, Boyko Borisov. Já o presidente búlgaro, o socialista Georgi Parvanov, quer eleger um sucessor de seu próprio partido.
Disputa
A briga para aparecer ao lado de Dilma é escancarada. Boika Bashelieva, assessora de imprensa da Presidência, garantiu que a eleição não vai interferir na visita - e que os acordos serão assinado pelo presidente Parvanov. O primeiro-ministro Borisov chegou a anunciar investimentos da Embraer, não confirmados, e vendeu a ideia que foi ele quem trouxe Dilma para Sófia.
“Dilma é uma das mulheres mais influentes do mundo”, destacou numa entrevista. Ele não mede palavras para promover seu governo às custas da visitante. No Itamaraty, a ordem é a limitar ao máximo a presença de Dilma com o primeiro-ministro: o anfitrião é o presidente. Não bastasse a briga entre os dois, grupos de direita e a etnia roma (ciganos) têm promovido confrontos em algumas cidades.