Nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem governadores de Estado compareceram nesta terça-feira ao ato em defesa da reforma política realizado na Câmara dos Deputados. Com essas ausências, o evento acabou esvaziado. Apesar dos apelos do deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma política, o texto com as propostas de mudanças no sistema eleitoral não deverá ser votado nessa quarta-feira na Comissão Especial.
Mais cedo, antes do encontro, Fontana se reuniu com o vice-presidente da República, Michel Temer, na expectativa de conseguir apoio do PMDB a sua proposta. Os peemedebistas permanecem, no entanto, divididos em relação à reforma do petista. Parte deles não concorda com o financiamento público de campanha, um dos pilares da proposta de Fontana. A maioria também não quer a instituição do sistema de votação proporcional misto previsto na proposta. O eleitor vota diretamente em um candidato para preencher metade das vagas para a Câmara dos Deputados, as assembleias legislativas e as câmaras de vereadores. Na outra metade, o eleitor vota em uma lista previamente ordenada de candidatos, definida por cada partido. "Essa história de voto em lista não passa", disse Raupp.
Além do PMDB, representantes do PSB, do PC do B, do PV, do PSOL, do PDT e do PT compareceram ao ato em favor da reforma política. Mas, à exceção do presidente do PT, Rui Falcão, os demais dirigentes partidários criticaram a proposta de Henrique Fontana. O texto de Fontana prevê o financiamento público de campanha, com a criação de um fundo. O Fundo de Financiamento de Campanhas Eleitorais (FFCE) será constituído com recursos governamentais e por doações de empresas privadas e de pessoas físicas.