“Eu disse pra ele: ‘O dia que eu, Roquinho, destinar R$ 1 milhão pra São José dos Campos, você vai saber que eu vendi, filho. Eu nunca fui pra São José. Nem sei ir’. Viu como é fácil controlar? Não precisa eu ficar dando nomes”, relatou Barbiere, que afirmou em seguida, ver em Emanuel “uma pessoa super-honesta, de integridade acima de qualquer suspeita”.
O deputado, que é de Birigui, usava São José dos Campos como exemplo por ser a cidade de Emanuel. Na segunda-feira, O Estado de S. Paulo revelou que o deputado Gilmaci Santos (PRB) destinou oito emendas parlamentares a municípios do noroeste paulista, onde não tem votos. Todas elas estão dentro do limite de R$ 150 mil dentro do qual não é necessária licitação. Todas eram para pagar a mesma empreiteira.
O pivô das acusações dá mostras de ter recuado na intenção de contar quais deputados estariam vendendo emendas. Disse que mandará por escrito, ao conselho de Ética da Assembleia, as suas manifestações, e que não citará nenhum nome.
No entanto, sustenta que poderá contar um malfeito específico ao Ministério Público. Indagado se o caso envolvia parlamentares ou ex-parlamentares, devolveu: “Ambos.” Durante a entrevista, de meia hora, Barbiere afirmou que a prática de venda de emendas é muito antiga na Casa. “Estou contando histórias de 20 anos. Tem gente até que já morreu”.