Jornal Estado de Minas

PSDB pode apoiar reeleição de Lacerda mesmo se vice for do PT

Presidente do PSDB em Minas avisa que os tucanos poderão apoiar a reeleição de Marcio Lacerda em Belo Horizonte, mesmo com o partido de Dilma Rousseff na chapa majoritária

Bertha Maakaroun - enviada especial

O presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, desdenhou nessa segunda-feira a possibilidade de o PT indicar o candidato a vice-prefeito na chapa de Marcio Lacerda (PSB) pelo PT, desconsiderando-a como motivo para que os tucanos não apoiem a reeleição do prefeito de Belo Horizonte. “Como dizia Hélio Garcia, vice, se não atrapalha, já ajuda”, afirmou. Em seguida, acrescentou: "Vice não manda nada. Um secretário de Saúde, um secretário da Fazenda têm mais importância administrativa do que um vice".

O PSDB ainda não bateu o martelo oficialmente sobre o caminho a adotar na capital mineira. As conversas entre líderes, contudo, apontam para a reedição da aliança com o socialista, da qual participaria também o PT, indicando o candidato a vice. Enquanto no diretório estadual do PT a proposta tem boa aceitação, sobretudo entre petistas que integram o governo municipal, no diretório municipal, comandado pelo vice-prefeito Roberto Carvalho, já foi aprovada diretriz que rechaça qualquer aliança do partido com PSDB, DEM e PPS.

Marcus Pestana disse que ainda é cedo para discutir as campanhas pelos palácios da Liberdade e do Planalto - Foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A PressOs tucanos seguem acompanhando o desdobramento da disputa interna no PT. “Neste momento há muito blefe, muito ensaio. A coisa se define mesmo é nos 43 minutos do segundo tempo”, considerou Pestana. A hipótese de que Lacerda venha a ser uma opção do PSDB para o governo do estado em 2014 foi descartada ontem pelo dirigente tucano. “Se for reeleito, será para cumprir o mandato de quatro anos", disse. O tucano afirmou ainda que não há no PSDB um nome natural para suceder o governador Antonio Anastasia. "O nosso candidato deverá traduzir a força coletiva e a liderança de Aécio Neves e Anastasia. Não precisa ser do PSDB, poderá ser da base aliada", assinalou.

Segundo Pestana, embora no momento o PSDB, no plano nacional e estadual, esteja se reestruturando para abrir um diálogo estratégico com a sociedade – e também para propor uma agenda política ao país –, a hora não é propícia à discussão nem da candidatura ao governo de Minas nem ao Palácio do Planalto em 2014.

Reiterando declarações de Aécio Neves, Pestana afirmou que o senador tucano "está à disposição do partido" para concorrer ao Palácio do Planalto "contra Dilma ou contra Lula". O presidente estadual do PSDB disse ainda que o cenário macroeconômico pesará muito na sucessão estadual, dado o pragmatismo do eleitor, que avaliaria as candidaturas segundo o seu bem-estar econômico. Pestana identifica sinais de que a economia brasileira terá problemas adiante, com o retorno da inflação e baixo crescimento.

Prioridades Marcus Pestana anunciou ontem, durante coletiva, a disposição do PSDB de lançar candidatura própria em Betim, Contagem e Ribeirão das Neves. Em Contagem, o ex-prefeito e ex-deputado estadual Ademir Lucas é o candidato. Em Ribeirão das Neves, a ex-deputada estadual Gláucia Brandão, que deixou o PPS, será a candidata. A legenda, segundo ele, elegeu as 50 maiores cidades do estado, com mais de 50 mil eleitores, como estratégicas. Destas, 23 (veja quadro) terão destaque no horário eleitoral gratuito que a legenda levará ao ar entre 7 de novembro e 7 de dezembro. Nas primeiras inserções, o PSDB trará mensagens do senador Aécio Neves e do governador Antonio Anastasia. “Depois, os líderes regionais vão falar”, explicou Pestana.

“Precisamos reafirmar a identidade do PSDB, sem atropelar aliados históricos”, lembrou Pestana, ressaltando que, nas 50 cidades estratégicas para o PSDB em Minas, os partidos que integram o núcleo da base de apoio de Anastasia – DEM, PPS e PP – serão chamados a conversar. “Não queremos passar o rolo compressor sobre os aliados históricos. Vamos conversar com todos, identificar onde os interesses são convergentes e onde não são divergentes”, disse. Além dos aliados que chamou de “históricos”, o PSDB em Minas teria boa interlocução com o novo PSD, que também será chamado para conversar.

O PSDB pretende, segundo Pestana, eleger 200 prefeitos no ano que vem. Hoje são 158. O partido tem em Minas 141 vice-prefeitos, oito deputados federais, 13 estaduais e um senador. No processo de filiações visando às eleições de 2012, o PSDB atraiu Gláucia Brandão e o vereador de BH Pablito, que era do PTC.

 

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