O ex-governador de São Paulo José Serra e o senador Aécio Neves (MG) concordaram na noite dessa segunda-feira que o PSDB não deve fechar as portas para uma eventual aliança com o PSD, sigla recém-criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Serra considerou que existe a hipótese de as duas legendas estarem juntas em "diferentes áreas ou regiões". Aécio defendeu a formação de uma política de alianças que tenha como meta não só a disputa presidencial de 2014, mas também a retomada do espaço da oposição no Congresso Nacional. Os dois participaram ontem de reunião do Conselho Político do PSDB, promovida no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.
Após o encontro, Serra avaliou como importante o diálogo com todos os partidos, "exceto com aqueles que podem ser considerados adversários". Mais cedo, antes do início da reunião Aécio defendeu a composição de uma aliança mais robusta do que a construída nas últimas eleições presidenciais, em 2010. "O que eu defendo é que o PSDB deixe, sim, as portas abertas para construir uma aliança mais ampla", afirmou. Ele ponderou, contudo, que, antes de qualquer diálogo, é necessário aguardar a postura que tomará o PSD em relação ao atual governo federal. "Eu acho que agora é aguardar qual será a forma de agir do partido. Vamos ver que tipo de posicionamento terá no Congresso Nacional."
A reunião do Conselho Político, que durou em torno de três horas teve a participação de seus seis integrantes: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO), o ex-governador José Serra (SP) e o senador Aécio Neves (MG).
Na saída, Serra foi perguntado o que achou da entrevista concedida por Aécio ao jornal "O Estado de S. Paulo", publicada domingo e na qual o senador mineiro afirmou que, caso venha a disputar a sucessão presidencial, estará pronto para enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou a presidente Dilma Rousseff. "Eu achei interessante, verdadeira", afirmou Serra, negando que tenha se colocado como candidato na disputa presidencial de 2014. "Mas acho positivo que o Aécio se coloque ", disse.