O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começou a decidir nesta terça-feira se o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, Luiz Zveiter, agiu com parcialidade ao supostamente defender os interesses da incorporadora Cyrela, cujos advogados são o filho e o irmão do magistrado. Três dos 15 integrantes do CNJ votaram a favor da abertura de um processo administrativo contra Zveiter. Mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do conselheiro Tourinho Neto.
A origem do caso é uma disputa judicial pela propriedade de uma área na Barra da Tijuca, no Rio. Ao ser ouvido a respeito de uma decisão sobre o caso tomada pelo Conselho Superior da Magistratura, órgão presidido por ele na ocasião, Zveiter teria produzido uma peça alentada e favorável aos interesses da empresa, conforme a acusação.
Durante o julgamento de desta terça, a relatora, Eliana Calmon, destacou a existência de vínculos entre a Cyrela e o escritório de advocacia da família Zveiter. Advogado de uma outra empresa que disputa o terreno, José Eduardo Alckmin afirmou que o caso envolve uma das áreas mais valorizadas no Rio em relação a qual há vários projetos, inclusive de obras para as olimpíadas de 2016.
Advogado de Zveiter, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos pediu que o processo não seja aberto. Segundo ele, o assunto envolve disputa de terras e deve ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e não pelo CNJ.