O bilhete registra o que destinatário e remetente têm em comum: o partido, que já detinha gestores na área de esportes em Estados e municípios. A legenda conta com 5 secretários estaduais e mais 22 secretários municipais. A conta pode estar subestimada. O PC do B tem também 42 prefeitos e 66 vice-prefeitos filiados ao partido.
“É natural que os secretários pressionem para liberar, o pessoal lá fica passando sufoco e dizendo que é o ministério do partido. Isso é algo absolutamente natural da política, não tem nada de errado, todo dia se faz”, reagiu Fredo Ebling ontem, ao reconhecer o bilhete.
“Se fosse sacanagem, eu não teria mandado por escrito, teria falado pessoalmente”, insistiu Fredo, que conta 32 anos de partido. Atualmente, ele trabalha na liderança do PC do B na Câmara e integra a Secretaria de Relações Internacionais.
Fredo Ebling conheceu o homem que o denuncia por conta da vida partidária. O policial militar João Dias foi candidato a deputado distrital pelo PC do B em 2006, quando Ebling disputou uma vaga na Câmara. “Ele me envolve agora para tentar dar um verniz de verdade a essa loucura, ele está desesperado.”, afirmou.
Na época do bilhete, era chefe de gabinete da liderança do governo. Alega que era papel da liderança enviar pedidos de aliados políticos do governo a ministros. Mas não há registro de pedido para outro partido além do PC do B.