Jornal Estado de Minas

PM que delatou esquema de corrupção no Esporte adia depoimento à PF

João Dias justificou "problemas de saúde" e pediu nova data para a conversa. Já o ministro da pasta, Orlando Silva, presta depoimento na Câmara hoje e no Senado amanhã, para explicar denúncias de corrupção

Ministro Orlando Silva está na mira de acusações sobre corrupção e lavagem de dinheiro em contratos do Esporte - Foto: Maria Tereza Correia/EM 16/09/2011 O policial militar João Dias Ferreira, que acusa o Ministro do Esporte, Orlando Silva, de receber propina em contratos firmados na pasta, pediu para remarcar a data do depoimento marcado para esta terça-feira na Superintendência Regional da Polícia Federal (PF). Segundo a assessoria da PF, o policial não pode comparecer por motivos de saúde e uma nova data ainda será definida.

Na tarde dessa segunda-feira, João Dias foi de forma espontânea à PF e acertou o encontro de hoje com o delegado Jackson Rosales. O PM afirmou à Revista Veja desta semana que o ministro do Esporte comandou esquema de desvio de verba do Programa Segundo Tempo - projeto que divulga a memória do esporte e acesso à cultura e ao lazer a crianças e adolescentes. De acordo com a publicação, nos últimos oito anos as fraudes na pasta chegam a R$ 40 milhões. O militar diz que Orlando Silva recebeu "uma caixa de papelão lotada de cédulas de R$ 50 e R$ 100, na garagem do ministério”.

O ministro estará na tarde desta terça-feira no Congresso Nacional, para se defender das denúncias de corrupção feitas também pelo Fantástico, da Rede Globo, que trouxe suspeitas sobre a atividade da ONG Pra Frente Brasil, dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Rodriguez. A entidade mantém convênio de R$ 28 milhões com o ME e há acusações de desvio de dinheiro público. Silva pediu investigação sobre o caso.