"Para que essa comissão tenha autoridade e legitimidade para trabalhar, tem que focar o período do regime militar", ressalta o relator. Ele lembra que também houve perseguições no período de 1947 a 1956, principalmente ao Partido Comunista e após o governo de Juscelino Kubitschek. Mas destaca que "as violações graves e sistemáticas, os crimes graves de violação aos direitos humanos foram cometidos durante o regime militar".
Após a leitura de seu relatório, o presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), deverá conceder vista coletiva da matéria. A votação deverá ocorrer na próxima semana. A meta do governo é fazer com que o projeto seja discutido e votado na CCJ e, depois, siga diretamente ao plenário, com regime de urgência. Se isso acontecer, e não houver modificações no texto, a proposta seguirá à sanção presidencial.
O texto aprovado na Câmara prevê que a comissão terá prazo de dois anos para realizar suas investigações. Poderá requisitar informações a órgãos do poder público, convocar testemunhas e determinar a realização de perícias. Não poderão ser indicados para a comissão pessoas com cargo executivo em partidos, com cargo comissionado ou que não possam atuar com imparcialidade. A investigação não servirá para a punição de envolvidos porque a comissão está sujeita à Lei da Anistia.