Na reunião, ele voltou a dizer que se encontrou com Orlando Silva em março de 2008, quando, segundo ele, o ministro teria feito uma proposta de acordo para que o esquema no Programa Segundo Tempo não fosse denunciado. Repetiu ainda que, duas semanas depois daquele encontro, voltou ao ministério para uma nova reunião com dirigentes da pasta. De acordo com Ferreira, essa conversa foi gravada e entregue a um veículo de imprensa.
A conversa dele com a oposição ocorreu no gabinete da liderança do PSDB no Senado no mesmo momento em que Orlando Silva realizava seu depoimento à Câmara dos Deputados. O encontro durou pouco mais de duras horas. Segundo os parlamentares, ele voltou a dizer que tem provas do esquema. "O depoimento dele é estarrecedor. Ele (João Dias) traz detalhes e informações que não constam da imprensa, demonstra existência de provas materiais inegáveis das denúncias, não apenas contra o ministro, mas contra todo o ministério. Isso tem de ser de conhecimento do Brasil", disse o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA).
A proposta da oposição é que um convite das comissões da Câmara seja aprovado nesta quarta-feira, 19, para que João Dias possa comparecer à Casa na quinta-feira, 20. Somente depois disso se ouviria o ministro para prestar esclarecimentos. "As afirmações de João Dias são de uma tal convicção e de uma tal extensão, numa linha do tempo, com nomes, com testemunhas, com provas materiais, que serão apresentadas, que tornam imprescindíveis para a sociedade brasileira", reforçou o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP).
O policial é dono de duas organizações não governamentais (ONGs) que fecharam convênios com o Ministério do Esporte entre 2005 e 2007.