O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), relator do projeto que redefine a distribuição dos royalties do petróleo, bem que tentou manter um clima amistoso entre os parlamentares no início da noite dessa terça, durante a apresentação de seu parecer sobre a proposta que prevê maior equilíbrio nos repasses entre os municípios e estados. No entanto, antes mesmo de terminar seu discurso no plenário as polêmicas que envolvem o tema voltaram a ser levantadas e os integrantes das bancadas do Rio de Janeiro e Espírito Santo questionaram os números propostos para a nova distribuição. Defendendo que a votação do projeto aconteça ainda hoje no Senado, o parlamentar paraibano apresentou os valores que cada estado passará a ganhar com a aprovação da nova proposta, o que desagradou ainda mais aos representantes dos estados produtores.
A proposta prevê que os recursos para estados e municípios produtores sejam mantidos ano que vem nos valores arrecadados em 2010, mas, com o passar dos anos e o crescimento das receitas com os royalties, os valores seriam reorganizados, aumentando os repasses para os não produtores. O regime de concessão dos royalties ficaria em 20% para a União, 20% para estados produtores, 4% para municípios produtores, 2% para municípios afetados e o restante, 54% da arrecadação total – 27% para estados e 27% para municípios – seria redistribuído para estados e municípios não produtores.
A União, que em 2011 receberá cerca de R$ 10,3 bilhões, reduziria a arrecadação no ano que vem, passando a receber R$ 8,3 bilhões, mas até 2020 esse valor passaria de R$27 bilhões. “Você tem coragem de ir contra nossos estados, mas abaixa a cabeça para a União”, afirmou Lindbergh Farias ( PT-RJ). O senador Magno Malta (PR-ES) também não gostou da proposta apresentada e disparou: “Você está debochando e não resolve nada com este projeto”.
Comissão da Verdade
Apesar da pressão de familiares de desaparecidos políticos, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) não deve fazer mudanças substanciais em seu relatório sobre a Comissão da Verdade, previsto para ser votado hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em audiência pública, ontem, no Senado, parentes de vítimas da ditadura pediram que fosse suprimido do texto aprovado na Câmara o artigo que impede a punição aos autores de crimes de violação dos direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988.