Antes de partir para a sua programação da tarde desta quarta e cumprir os dois últimos compromissos de sua agenda em Moçambique a presidente Dilma Rousseff, mais uma vez, evitou falar com a imprensa brasileira sobre a situação do ministro do Esporte, Orlando Silva. Coube ao assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, traduzir o clima do governo sobre a avaliação do quadro, neste momento. Garcia desqualificou o policial militar João Dias Ferreira, que acusou Orlando Silva de operar esquema de desvio de recursos do Ministério. "Ele não tem currículo, tem prontuário", declarou Garcia.
Marco Aurélio Garcia acentuou que, para o governo, continua valendo a "presunção de inocência" do ministro do Esporte. Segundo Garcia, "não há nenhuma alteração" no procedimento adotado até agora pela presidente para analisar acusações contra integrantes do primeiro escalão.
A presidente Dilma já conversou hoje no Brasil com as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais). A avaliação do governo é de que as acusações são fracas, que não existem provas e que Orlando Silva está sendo contundente em sua defesa. Mas também é fato que as explicações não aplacaram a ira da oposição nem dos inimigos políticos de Orlando Silva, que continuam a minar o caminho do ministro, enfraquecendo-o e aumentando a pressão para sua saída, o que só será decidido na volta de Dilma ao Brasil.
Entretanto, por causa da diferença de fuso horário, ainda há expectativa em relação ao depoimento do ministro do Esporte no Senado, hoje à tarde, quando já será noite em Moçambique.