A lei que estatiza a Fundação José Sarney foi encaminhada nessa quinta-feira para sanção da governadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Entre os 11 artigos, ela estabelece a troca da razão social da entidade - que passa a se chamar Fundação da Memória Republicana Brasileira. Mesmo assim, o senador José Sarney (PMDB-AP), pai da governadora, foi confirmado como patrono da fundação, com poderes para indicar dois dos oito membros de seu conselho curador - e esse direito é hereditário.
Ainda de acordo com o texto da lei, a renda e todo o patrimônio da entidade passará para o Estado. A fundação estará ligada à Secretaria da Educação e caberá ao conselho curador decidir sobre doação do patrimônio e a extinção da entidade sem a necessidade de consulta ao governo estadual.
A hereditariedade de indicação de conselheiros, a posse dos 15 mil itens da época em que Sarney foi presidente da República - como uma limusine Ford Landau - e a possibilidade de doação e extinção da entidade sem necessidade de consulta ao governo é que são os termos polêmicos da lei. O texto não sofreu nenhuma emenda e foi aprovado pela Assembleia na quarta-feira.
Mesmo assim, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Maranhão está discutindo a possibilidade de entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a estadualização da entidade e já há uma data marcada para essa definição. “O caso será decidido na próxima reunião do conselho, marcado para o dia 27 de outubro”, disse o presidente da seccional Maranhão da OAB, Mario Macieira.