Os crimes hediondos, como homicídio qualificado e tráfico de drogas, não admitem fiança e têm penas mais graves, que devem ser cumpridas em penitenciárias de segurança máxima. Sarney agradeceu a iniciativa de Lobão Filho e se declarou “profundamente gratificado” por ter conseguido sensibilizar o Senado para o problema da impunidade.
Com mais de 50 anos de vida pública, ex-presidente da República e quatro vezes presidente do Senado, José Sarney transformou-se em um dos políticos que mais enfrentaram denúncias nos últimos anos, sem que nenhuma delas o afastasse do poder. Há um mês, Sarney foi alvo de vaias de 100 mil pessoas no Rock in Rio 2011 - puxadas pelo vocalista da banda Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, que lhe dedicou a música “Que país é este?”
Em 2009, no comando do Senado pela terceira vez, Sarney foi alvo de 11 representações por quebra de decoro no Conselho de Ética, que acabaram arquivadas, sem abertura das investigações. As acusações baseavam-se na série de reportagens do Jornal O Estado de S. Paulo que revelou a existência de atos secretos, utilizados na Casa durante 15 anos, para contratar aliados políticos, permitir gratificações retroativas a funcionários, além de denúncias de fraudes na fundação que leva seu nome no Maranhão.
Um dos beneficiados com os atos secretos foi um neto do presidente do Senado, João Fernando Michels Gonçalves Sarney, que trabalhou por um ano e 9 meses no gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), outro aliado fiel. Sarney também enfrentou denúncias contra seu filho, o empresário Fernando Sarney. O empresário foi um dos alvos da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que o havia indiciado por lavagem de dinheiro, fraude e formação de quadrilha.