A inviabilidade da análise é tanta que, seguindo o fluxo atual, seriam necessários 64 anos para acabar com o estoque de processos, sem considerar a entrada de novos. Segundo a auditoria, entre 2005 e 2008, o montante destinado aos programas culturais via renúncia superaram em 153,6% a estimativa da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e em 80,9% a da Lei Orçamentária Annual (LOA).
“A parceria entre poder público e sociedade civil para financiamento de iniciativas culturais não tem funcionado de maneira equilibrada, pois a participação daquele representa a maior parte dos recursos públicos aplicados em cultura”, dizem os técnicos do TCU. Em 2009, 53% dos recursos investidos em cultura originaram-se de renúncia fiscal.
A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura afirma que está trabalhando em parceria com o Ministério do Planejamento para sanar possíveis irregularidades.
Lei Rouanet
Segundo informações no site do Ministério da Cultura, o mecanismo de incentivos fiscais da Lei Rouanet (8.313/1991), é uma forma de estimular o apoio da iniciativa privada ao setor cultural. O proponente apresenta uma proposta ao ministério e, caso aprovada, é autorizado a captar recursos junto a pessoas físicas pagadoras de IR ou empresas visando à execução do projeto. Os incentivadores poderão ter o total ou parte do valor desembolsado deduzido do IR devido, dentro dos percentuais permitidos pela legislação. Para empresas, até 4% do imposto devido; para pessoas físicas, até 6%. A dedução concorre com outros incentivos fiscais federais, sem, contudo, estabelecer limites específicos, o que poderá ser aplicado em sua totalidade no incentivo à cultura. A opção é do contribuinte.