O ministro da Educação, Fernando Haddad, ganhou nesta segunda-feira o apoio do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na disputa pela indicação do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Após almoço promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em um hotel da capital paulista, Padilha defendeu a renovação dos quadros políticos e disse que a indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o suficiente para lhe convencer. "Eu apoio a renovação. E se o Lula apoia, eu apoio", resumiu o ministro.
Haddad disputa a indicação do partido com os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto, e os senadores Eduardo e Marta Suplicy. Nos bastidores, os aliados do ex-presidente Lula trabalham pela desistência dos pré-candidatos em favor do ministro da Educação, mas Marta Suplicy é o maior foco de resistência. A senadora tem alegado que é a pré-candidata com mais chances de ganhar as eleições, uma vez que as pesquisas de intenção de voto a colocam como favorita. Assim, os apoiadores de Haddad contam com a intervenção de Lula e da presidente Dilma Rousseff para dissuadi-la da pré-candidatura.
Corrupção
No encontro com empresários hoje, Padilha foi questionado pela plateia sobre como evitar o desperdício e o desvio de recursos públicos na área. O ministro citou a criação do Portal da Transparência, onde é possível acompanhar os recursos distribuídos pelo Ministério da Saúde aos municípios, e defendeu a criação de uma Lei de Responsabilidade Sanitária nos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "O Brasil precisa de uma Lei de Responsabilidade Sanitária, defendo muito isso", afirmou.
O projeto, do senador petista Humberto Costa (PE), define as responsabilidades dos gestores nas esferas federal, estadual e municipal e estabelece punições administrativas e criminais para casos de gestão fraudulenta. "O gestor público tem de se profissionalizar cada vez mais", emendou o ministro.
Perguntado sobre as chances de retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), Padilha disse que a proposta nunca partiu do governo e que o crescimento do País pode colaborar para o aumento de recursos para a Saúde. "Aposto que o crescimento da economia do País vai contribuir para a saúde", afirmou.