O parecer de Walter Pinheiro preservou o texto aprovado pelos deputados, que restringe o sigilo eterno dos documentos ultrassecretos, ou cujo segredo esteja relacionado à segurança do Estado, a 25 anos, prorrogáveis por uma única vez.
Em outra frente, o voto em separado de Fernando Collor sustenta a manutenção do sigilo eterno dos documentos ultrassecretos ou cujo segredo seja "imprescindível à segurança da sociedade e do Estado". Em defesa do sigilo eterno, Collor argumenta que, ainda que se passem muitos anos, a divulgação de documentos ultrassecretos, relativos às relações internacionais e à defesa nacional, pode trazer desconforto diplomático. Por isso, Collor defende o sigilo renovável indefinidamente, em especial, de documentos que coloquem em risco conhecimentos tecnológicos sensíveis, na área espacial e nuclear, trocas de correspondências entre a chancelaria e missões diplomáticas, planos militares e informações produzidas pelos serviços secretos.
Collor opõe-se, também, à divulgação obrigatória dos documentos públicos na internet. Propõe que essa publicação seja apenas "possível", definindo a obrigatoriedade como "a oficialização do Wikileaks". Argumenta que os documentos públicos não devam ser expostos "de forma aleatória nem além das fronteiras nacionais".