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Estado de Minas EM BUSCA DE UM NOME

Com inquérito no STF, substituição de Orlando Silva é dada como certa

Líder do PCdoB é chamado para reunião e poderá procurar um filiado para assumir a pasta


postado em 26/10/2011 06:00 / atualizado em 26/10/2011 08:18

A substituição de Orlando Silva no Ministério do Esporte foi praticamente sacramentada nessa terça-feira. Após o anúncio de abertura de inquérito contra o ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, chamou o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, para uma conversa no Palácio do Planalto. Eles analisaram o agravamento do quadro político e discutiram a relação do partido com o governo. Para não parecer perseguição ou má vontade com uma aliado histórico, os comunistas poderão procurar um filiado à legenda para substituir Orlando. Nome que, por enquanto, ainda não existe.

A avaliação no núcleo de poder palaciano é de que a decisão da ministra Cármem Lúcia de abrir o inquérito inviabiliza a permanência de Orlando Silva na pasta. Ela aceitou o pedido de investigação feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no mesmo dia em que o ministro participava de uma audiência na Câmara para tratar da Lei Geral da Copa. O gesto do STF anulava a tentativa do governo de criar “uma agenda positiva para Orlando”.

O cenário deteriorado também alterou o ânimo do PCdoB. Na semana passada, o partido havia cerrado fileiras ao lado de Orlando, no sentido do “tudo ou nada”. O movimento sinalizava também uma insatisfação com o PT, que, nos bastidores, pressionava para conseguir a pasta, que administrará um orçamento de R$ 25 bilhões para organizar a Copa do Mundo de 2014.

Nessa terça-feira, o quadro mudou. A audiência na Câmara para tratar da Lei Geral da Copa do Mundo teve um efeito inverso ao que era esperado pelo partido. A oposição não deu trégua e partiu para cima do ministro, tratando exclusivamente das denúncias de irregularidades. O apoio a Orlando não é mais tão monolítico e os comunistas começam a se movimentar para tentar apresentar alternativas para a presidente Dilma Rousseff.

Carvalho reuniu-se nessa terça-feira com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, para discutir o futuro de Orlando (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press - 27/9/11)
Carvalho reuniu-se nessa terça-feira com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, para discutir o futuro de Orlando (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press - 27/9/11)
Articuladores do partido reuniram-se nessa terça-feira à noite para buscar soluções. Não é fácil. No ano passado, durante o governo de transição, a presidente pensou em trocar Orlando Silva pela deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), mas, hoje, muitos consideram perigoso nomear alguém que não está inteirada das negociações da Lei Geral da Copa, a principal encrenca na relação com a Fifa e a CBF.

A outra opção – a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) – enfrenta duas dificuldades. Além de ser pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, ela desgastou-se com Dilma ao incluir no Estatuto da Juventude, uma lei federal, a concessão da meia-entrada para jovens. E o que é pior, estendeu o benefício até a idade limite de 29 anos, azedando ainda mais as relações do governo com os organizadores privados da Copa do Mundo de 2014.

O temor dos comunistas, no entanto, é de que fiquem sem nada após a solução da crise. Eles sabem que Dilma está insatisfeita com a atuação do partido no ministério, aparelhado pela legenda e repleto de convênios irregulares com ONGs. Dilma não descartou a possibilidade de indicar alguém fora da legenda, e pessoas próximas chegaram a sugerir o nome de Pelé, já nomeado pela presidente como o “embaixador do Brasil na Copa”. Mas Pelé recusou a proposta antes mesmo de uma sondagem.

 

PF quer Rossi indiciado

A Polícia Federal pediu o indiciamento do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, do ex-chefe de gabinete dele, Milton Ortolan, e do lobista Júlio Fróes, por suspeitas de corrupção na pasta. Denúncias publicadas pelo Estado de Minas mostraram que o antigo titular da pasta utilizou jatinho de uma empresa com contratos firmados com o ministério. Várias licitações da pasta também foram colocadas em xeque, segundo denúncias da revista Veja.A PF indiciou Rossi nos crimes de peculato, formação de quadrilha e fraude em licitações. O lobista Fróes, que tinha livre acesso ao ministério, foi acusado de distribuir propina a funcionários da pasta, depois de assegurado um contrato com a Fundação São Paulo (Fundesp), mas a entidade nega que ele a representasse.


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