Das 12 ações que o ex-deputado federal Edmar Moreira (PR-MG) vinha movendo contra o reportagens do jornal Estado de Minas, a maioria com pedido de indenização por dano moral, veiculadas entre fevereiro e maio de 2009, cinco já foram julgadas. Todas foram consideradas improcedentes pela Justiça mineira. Houve apelação por parte da defesa do ex-deputado para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em duas sentenças, mas elas acabaram sendo confirmadas pelos desembargadores. Uma das principais reclamações do ex-deputado, que move ações contra 14 veículos de comunicação, é o fato de ser chamado de “dono do castelo”, pois ele alega que passou o imóvel para o nome de seus filhos.
Nessa mesma ação na primeira instância, o juiz José Maurício Cantarino Vilela defendeu a liberdade de imprensa e suas prerrogativas de informar, buscar opinião, opinar e criticar. “A função essencial da imprensa, além de simplesmente informar e divulgar os fatos, é propagar conhecimentos, disseminar cultura, iluminar a consciência, canalizar os anseios da população, auxiliar na formação da opinião pública, ou seja, o direito de crítica constitucionalmente assegurado”. Em todas as ações, o Estado de Minas é defendido pelo escritório Procópio de Carvalho Advocacia.
No total, Edmar Moreira é autor de 44 ações contra veículos de comunicação, jornalistas e apresentadores de televisão do Brasil inteiro. Todas contestam reportagens veiculadas em jornais impressos, revistas e televisões sobre um castelo, avaliado em R$ 25 milhões, construído por ele em São João Nepomuceno, na Zona da Mata mineira, e também a respeito do imbróglio que envolveu sua passagem pela Câmara dos Deputados. Na legislatura passada, o então deputado foi alvo de uma série de denúncias de irregularidades, entre elas de uso da verba indenizatória para contratar serviços de sua própria empresa de segurança e as ações que responde na Justiça por não recolhimento de contribuições previdenciárias e trabalhistas.