(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Vereadores garantem proteger a Serra do Curral

Em sondagem realizada ontem pelo Estado de Minas, 18 vereadores de Belo Horizonte afirmam que votarão contra a ampliação do Instituto Hilton Rocha, na Serra do Curral


postado em 27/10/2011 06:00 / atualizado em 27/10/2011 07:14

Se os vereadores da Câmara Municipal confirmarem hoje no plenário da Casa o posicionamento que revelaram nessa quarta-feira ao Estado de Minas em relação à ampliação do Hospital Hilton Rocha, na Serra do Curral, uma das principais áreas de proteção ambientais da cidade, a obra não terá autorização para ser realizada, garantindo a preservação de um dos cartões postais da capital. Dos 38 parlamentares ouvidos nessa quarta-feira, de um total de 41, 18 afirmaram ser contra a expansão do hospital. Sete se posicionaram a favor e 12 disseram não ter tomado decisão. Para que a ampliação seja aprovada são necessários 28 votos.

O sim ou não às obras acontecerá dentro da apreciação, em segundo turno, de projeto de lei enviado à Casa pela prefeitura que não prevê a ampliação do hospital. O governo era a favor das obras, mas, depois de pressão de organizações não governamentais e dos próprios vereadores, recuou e enviou o texto já aprovado em primeiro turno e que terá a última votação hoje.

Os vereadores Neusinha Santos (PT) e Alexandre Gomes (PSB), no entanto, apresentaram emenda substitutiva autorizando a expansão do hospital. Toda a discussão envolvendo o Hilton Rocha acontece dentro de modificações feitas na legislação pela prefeitura e vereadores como preparação da capital para a Copa do Mundo de 2014. As alterações, além de flexibilizar a construção de hospitais, preveem ainda maior facilidade para edificações de hotéis. O imbróglio teve início exatamente quando a prefeitura tentou abrir áreas de proteção ambiental, não só na Serra do Curral mas também na Pampulha, para realização das obras. Ao todo o texto que será votado hoje recebeu 34 emendas e seis substitutivos.

O Hospital Hilton Rocha, especializado em oftamologia, foi construído na década de 1970 aos pés da Serra do Curral, que, à época, já era área de proteção ambiental. Uma autorização especial foi obtida na prefeitura pela fundação que mantinha o centro. Em 2010, o grupo Oncomed, comprou o Hilton Rocha e pretende transformar o hospital em um centro para tratamento de câncer.

O líder do governo na Casa, Tarcísio Caixeta (PT), apresentou substitutivo que torna ainda mais restrita a realização de obras na cidade que o texto da própria prefeitura a ser votado em segundo turno hoje. O parlamentar afirma que o texto foi aprovado por ONGs e que será aprovado hoje. “O texto é a posição do Poder Executivo.” Ao mesmo tempo, vereadores afirmam que a prefeitura iniciou sondagens para tentar aprovar a emenda apresentada por Neusinha Santos e Alexandre Gomes. Na prática, depois de tanta pressão, a prefeitura, se conseguisse a aprovação do texto dos dois vereadores, poderia passar à Casa a conta do desgaste junto à sociedade.

Sem acordo

Segundo o presidente da Câmara, Leo Burguês (PSDB), até o momento não há acordo para aprovação de nenhum substitutivo. O vereador afirmou, porém, que o primeiro texto enviado à Casa pela prefeitura era “um cheque em branco”.

Dois vereadores não deverão participar da votação de hoje. Elias Murad (PSDB), que está de licença médica, e Gêra Ornellas (PSB), que não vai ao gabinete desde que foi aberto procedimento pela Casa para apurar quebra de decoro, por aparecer em vídeo supostamentamente de cuecas. Pricila Teixeira (PTB) não foi compareceu nessa quarta-feira e não foi localizada pela reportagem.

Opinião do EM

Motivo de estranheza


Mesmo que o Executivo local tenha retirado a descabida proposta de expansão do Hospital Hilton Rocha, causa estranheza que integrantes da base aliada figurem entre os defensores do substitutivo que ressuscita a malfadada ideia. Vale lembrar que a necessidade de ampliação do número de leitos hospitalares na capital não pode servir de álibi para o ganancioso avanço sobre a Serra do Curral, ainda um de nossos maiores patrimônios – cabe ao poder público, em sintonia com a sociedade civil, encontrar outros lugares compatíveis com a justa demanda. Trata-se de mais um capítulo de uma história que nasceu nebulosa e prossegue sob o signo da dúvida em relação aos reais interesses dos que se mostram capazes de defender o indefensável.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)