Jornal Estado de Minas

Sem consenso, Câmara Municipal adia votação de projeto sobre verticalização em BH

Amanda Almeida
Pressionada por todos os lados e sem consenso algum, a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) não votou, durante sessão extraordinária na manhã desta quinta, o substitutivo dos vereadores Alexandre Gomes (PSB) e Neusinha Santos (PT), nem a emenda apresentada pelo líder do governo na Casa, Tarcísio Caixeta (PT). O primeiro se refere à alteração da Lei 7.166/1996, sobre ocupação e uso do solo de Belo Horizonte e dobra, de 20% para 40%, a taxa de ocupação na Serra do Curral. Já a proposta de Caixeta impede obras em qualquer zona de proteção na capital, que atinge, por exemplo, a área onde está o hospital Instituto Hilton Rocha, construído ao pé da Serra do Curral, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-sul da capital.
De acordo com o líder do governo, a decisão de não votar as propostas "foi um entendimento maduro da Casa". "Não foi uma manobra regimental. Temos que construir com clareza aquilo que vamos fazer, porque vai afetar a cidade", argumenta Caixeta à reportagem. Ele acrescentou que se a proposta de autoria dele fosse derrotada no plenário, seria "muito ruim para o governo e para o futuro de Belo Horizonte".

Já a vereadora Neusinha Santos (PT) disse ao Em.com que "há leituras diferentes" na CMBH e chegou a defender até mesmo a retirada do projeto e de emendas da fila para votação. "Temos que separar a discussão sobre equipamentos da saúde da discussão sobre hotéis para a Copa do Mundo 2014. A discussão está contaminada com todas as divergências. O momento é de muitas dúvidas", destaca.

Os parlamentares voltarão a discutir o assunto em reunião marcada para o dia 3 de novembro.