Na Agricultura, o ministro Mendes Ribeiro Filho (PMDB) é mais ligado à presidente do que ao próprio partido. A amizade entre os dois permitiu que ele tivesse mais liberdade de escolha da equipe. No Ministério de Minas e Energia, onde a relação entre Dilma e o ministro Edison Lobão é de muita parceria, o PMDB vive num empurra-empurra com os petistas. O secretário-executivo, Márcio Zimmermann, é mais ligado à presidente Dilma do que ao ministro. O mesmo vale para o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, que despacha direto no Planalto. O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) também não é um nicho exclusivo do PMDB. O partido indicou o diretor-geral, mas a área de finanças pertence ao PT. Furnas, que já foi lote do polêmico deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje é território de Dilma.
Laços políticos Nos Transportes, a briga pelo poder continua. O ministro Paulo Sérgio Passos ficou, mas não teve influência para nomear ninguém. Para a Valec, que cuida das ferrovias, até o ex-ministro José Dirceu constava na lista de pedidos como padrinho de um candidato a diretor. Mas Passos não é o único que não controla a equipe. No Ministério das Cidades, o titular Mário Negromonte, do PP, não tem todos os cargos. Uma das principais secretarias, a Nacional de Habitação, onde se concentram as decisões sobre o Minha casa, minha vida, quem comanda é Inês Silva Magalhães, indicada pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), do PT.
Na Saúde, área que o PT reconquistou há 10 meses, com a nomeação de Alexandre Padilha como ministro, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) vai aos poucos mudando de comando nos estados. Desde o semestre passado, quando o deputado Odair Cunha (PT-MG) figurou como padrinho do novo presidente da Funasa, Gilson Queiroz, a fundação virou um cabo de guerra entre os partidos.