Ainda segundo a nota de repúdio, as alianças políticas devem ser feitas com diálogo entre os integrantes da base que sustenta o governo. “A construção de alianças políticas se faz com diálogo e identidade de ideias, propostas e ideologia política”, afirma. Quanto a exoneração o partido classificou o episódio como uma agressão. “Todo e qualquer ato que importar em agressão ou retaliação a membros do Partido dos Trabalhadores merecerá nosso repudio, principalmente quando repercutirem injustiça e opressão à parte mais frágil da relação política/administrativa qual seja o servidor comissionado”.
A possível reedição da aliança com todos os partidos que apoiaram Márcio Lacerda nas últimas eleições foi colocada em xeque no comunicado desta sexta. “Aproveitamos o momento para reiterarmos nossa postura de não nos coligarmos com aqueles que fazem oposição sistemática ao Governo da Presidenta Dilma. Reafirmamos nossos princípios estatutários como balizadores na condução do estabelecimento de coligações/alianças no Município de Belo Horizonte”, comunicou.
Os diretórios do PMDB e do PDT manifestaram, em nota, solidariedade ao diretório do PT. “Lamentamos e repudiamos esta agressão à democracia com atitude tão antirrepublicana de iniciativa do Prefeito Márcio Lacerda que prefere as agressões ao diálogo como já claramente demonstrado em várias de suas ações junto aos partidos políticos ou aos movimentos sociais de nossa cidade”, disse.
Segundo informações publicadas no Blog da Bertha nesta sexta-feira, assessores próximos a Lacerda, afirmaram que o prefeito pretende remanejar os funcionários exonerados. Ao comentar o assunto, Carvalho disse que essa é uma tentativa de amenizar o ato publicado no Diário Oficial do Município (DOM).
Polêmica
Nessa quinta-feira o vice-prefeito e atual presidente municipal do PT, Roberto Carvalho, foi informado pelo secretário de Governo da prefeitura, Josué Valadão, que alguns de seus assessores, que atuam na vice-prefeitura, seriam exonerados. A decisão causou a reação de políticos do PT e de Carvalho, que classificou a ação como "desleal". Para Roberto Carvalho, o episódio pode ser considerado ato de “desrespeito, deslealdade e traição”. “Essa não é uma ação contra mim, mas contra o PT”, afirmou.
Em nota, a Prefeitura de BH confirmou as exonerações e disse que os cargos são preenchidos por nomeação do prefeito. Ainda segundo a nota, os assessores foram desligados porque não estariam cumprindo suas funções. “Eles foram exonerados porque não estavam cumprindo suas funções em consonância com as diretrizes da administração municipal. Há uma determinação explícita a todos os servidores para que a sucessão eleitoral do próximo ano não prejudique a administração da cidade.” afirmou a nota.
O Diário Oficial do Município publicou, na edição desta sexta-feira, a exoneração de 17 servidores do gabinete do vice-prefeito. Entre os demitidos, há funcionários das gerências de Acompanhamento de Projetos de Emprego e Renda, de Acompanhamento de Projetos Urbanos, de Acompanhamento de Projetos Metropolitanos e de Apoio às Atividades do Gabinete, além de nove assessores e de um assistente. Atualmente, Carvalho conta com 22 funcionários comissionados e oito contratados, garantidos por acordo firmado entre PSB e PT após a eleição de Márcio Lacerda, em 2008.