Brasília – Depois de convencer a senadora Marta Suplicy (PT-SP) a desistir de concorrer às prévias para a Prefeitura de São Paulo, o ministro Fernando Haddad terá que, agora, convencê-la a se engajar na campanha. Ressentida pela forma como foi escanteada internamente pelo PT, ela não declarou publicamente apoio a Haddad como esperavam os aliados do pupilo de Lula. Articuladores sabem que essa reaproximação é fundamental para o êxito na disputa eleitoral de 2012. “Não se faz campanha em São Paulo sem o apoio e a presença da Marta. Ela é a nossa principal liderança na capital paulista”, confirmou ao Estado de Minas o presidente estadual do PT de São Paulo, Edinho Silva.
Na qualidade de quem “inventou” a candidatura de Marta Suplicy ao governo de São Paulo em 1998 – na época ela era apenas uma deputada federal com carreira na televisão –, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que essa ponte precisa ser reconstruída. Enquanto pedia à sucessora, Dilma Rousseff, que desse o recado para Marta desistir da disputa, Lula ligava para Haddad pedindo que a procurasse. Na próxima semana, o ex-presidente terá uma conversa com a senadora – o que teria ocorrido no início desta semana caso não tivesse sido diagnosticado o câncer na laringe.
Marta chegou a relatar a conversa telefônica que teve com Lula, na manhã de quinta-feira, quando o informou de que desistira da disputa. O ex-presidente teria dito que voltaria ao trabalho na próxima semana, no Instituto Lula. Segundo Marta, os dois devem marcar um almoço para conversar sobre as eleições na capital paulista. Ele vai pedir que ela se agregue à campanha de Haddad.
A revista britânica The Economist destacou, em matéria publicada nessa sexta-feira, que a doença do ex-presidente pode alterar o quadro eleitoral em 2012. O periódico afirmou ainda que as próximas palavras de Lula serão “difíceis de ignorar” e que o clima de solidariedade vai “acrescentar peso” às suas escolhas de candidatos e pedidos de união nas coalizões.
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