O presidente da Comissão de Meio Ambiente e autor da emenda, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), disse que a construção de um consenso em torno dessa divergência será “o grande desafio” dos senadores nos próximos dias. Ele irritou-se com a atitude de senadores como Kátia Abreu (PSD-TO) e Blairo Maggi (PR-MT), por considerar que esse já era um tema consensuado e sua emenda seria acatada como propôs o relator.
Rollemberg decidiu tentar o entendimento e não forçar a aprovação de sua emenda na Comissão de Ciência e Tecnologia. “Não adianta, em função de determinada comissão, não ter uma proposta consensuada. Isso causaria uma confusão no plenário do Senado ou da Câmara”, disse o senador. Caso não se encontre o consenso, Rollemberg prometeu reapresentá-la na Comissão de Meio Ambiente e ir para o voto.
Outra emenda que deixou de ser apreciada hoje para que se tentasse uma negociação diz respeito à proposta para que pequenas e médias propriedades, de até quatro módulos fiscais, recomponham suas áreas de preservação permanente (APP) em 30 metros, a partir da margem do rio, com extensão entre 10 e 100 metros. A proposta toma como base também a data de 22 de julho de 2008.
Pela proposta, a exigência valerá para os estados pertencentes à Amazônia Legal. No caso dos demais, a emenda prevê que a exigência de recomposição das matas ciliares sejam feitas em até 20% do tamanho total do imóvel.
Relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente, o senador Jorge Viana (PT-AC), disse que “existem muitos problemas” a serem contornados até a votação do seu parecer. Entre eles, a necessidade de estabelecimento de mais mecanismos para a proteção e uso das florestas, a partir de serviços ambientais. De acordo com Viana, outro desafio a ser enfrentado é a necessidade de se estabelecer critérios de preservação das APPs em área urbana. A ocupação irregular de terras nessas áreas, especialmente em encostas e topos de morros, acarreta em riscos para a população, especialmente as de baixa renda, por causa de deslizamentos.
“O trabalho é enorme nessa reta final, mas a Comissão de Meio Ambiente é de mérito e todo esforço tem que ser feito para darmos segurança jurídica a esse novo Código Florestal, especialmente nós termos a proteção de nossas florestas e para que o Brasil possa se firmar perante o mundo como uma potência ambiental”, ressaltou o parlamentar.