Pelo acordo fechado ontem, os parlamentares farão uma emenda supressiva à PEC 544, em que retiram a obrigatoriedade de implantação dos tribunais em seis meses. Era uma reclamação do governo federal, que alegava ser pequeno o prazo para viabilizar os projetos. “A ideia é dar mais liberdade para as criações. Também conversamos sobre a necessidade de dar prioridade a Minas, uma vez que temos grande quantidade de processos”, diz o deputado federal Miguel Corrêa Júnior (PT-MG). Também participaram do encontro representantes da OAB-MG e de associações de juizes.
O secretário-geral da OAB-MG, Sérgio Murilo Braga, diz que a atual estrutura perdeu a funcionalidade. “Os TRFs foram criados com a ideia de regionalização, mas perderam essa característica. Minas, por exemplo, está no mesmo tribunal de estados do Norte, que são muito diferentes. Além disso, somos responsáveis por mais de 50% dos processos no TRF1. É preciso desafogar”, afirma. Atualmente, são cinco tribunais em todo o país.
Minas integra a jurisdição do TRF1, que abrange mais 12 estados (AC, AP, AM, BA, GO, MA, MT, PA, PI, RO, RR e TO) e o Distrito Federal, englobando, portanto, mais de 50% da extensão territorial do país. Os outros tribunais regionais são os da 2ª Região (RJ e ES), 3ª Região (SP e MS), 4ª Região (SC, PR e RS) e 5ª Região (PE, SE, AL, PB, RN e CE). Se criado, o de Minas será o da 7ª Região. O TRF é a segunda instância do Poder Judiciário Federal. Cabe ao tribunal julgar recursos contra decisões da Justiça Federal no estado.
A intenção dos parlamentares é votar a PEC 544/2002, do ex-senador Arlindo Porto, ainda este ano na Câmara dos Deputados.